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Aramis

Artigos por data (1989)

A Noite dos Campeões e o filme inédito de Soninha

Apesar da restruturação sofrida em sua linha de lançamentos há sete meses, quando João Araújo, big boss da Som Livre/Sigla, assumiu também o comando da Globo Vídeo, os lançamentos desta distribuidora não eliminaram, totalmente (e felizmente) as produções de qualidade.

Nenúfar, uma aposta no mistério

Após uma pesquisa de seis anos, incluindo uma viagem a Paris, Marcelo Marchioro leva à cena a peça "Nenúfar", baseada no livro A Espuma dos Dias, considerado a obra-prima do romancista francês Boris Vian. Como Nenúfar, Marchioro (melhor diretor, prêmio Gralha Azul por "Eu, Feuerbach") encerra uma trilogia sobre autores, que inclui "Do outro lado da paixão" (melhor espetáculo de 87) e "Camões" (em cartaz por mais de seis meses em São Paulo em 88).

Marchioro revela Boris na emoção de "Nenúfar"

Na terça-feira à noite, Marcelo Marchioro viajou para São Paulo: foi chamado às pressas para supervisionar a substituição do ator Paulo Goulart no personagem Truscott na peça "O Olho Azul da Falecida", em cartaz no Teatro do Paiol, na Capital paulista, desde o dia 25 de novembro. Devido a compromissos com a próxima telenovela da Globo e a participação numa nova peça de Dias Gomes ("Meu Reino por um Cavalo"), Goulart deixa a produção paulista - e é substituído, a partir de hoje, pelo ator João José Pompeu.

Leon, um garimpeiro das músicas perdidas

Se a revista Gráfica de Miran fez com que Curitiba se tornasse uma cidade referencial junto aos que se interessam em conhecer uma das mais importantes publicações internacionais na área da criação visual, todos aqueles que amam a música brasileira da época de ouro também passaram a ter um endereço paranaense. É que há mais de um ano que um idealista apaixonado pela nossa MPB, dono de um dos mais preciosos acervos em 78 rpm e lps do país, Leon Barg, vem fazendo da Revivendo uma etiqueta para colecionadores - que cresce a cada mês.

Carmen e Libertad, sempre com público

Se não fosse o bom senso e a experiência de mais de 40 anos de comércio, Leon Barg não poderia dar continuidade ao projeto Revivendo, que se constitui em verdadeira utilidade pública em termos de preservação da memória musical brasileira. Afinal, o custo de produção de cada disco cresce a cada mês, pois se não há despesas de estúdio, existe uma soma de encargos que fazem um pesado investimento trazer hoje as vozes de ontem.

Um vigoroso drama sobre mais uma vítima da ditadura: Paulo Stuart

Embora os quatro filmes premiados com Oscars estejam com super-rendas, aumentadas após a festa da quarta-feira da semana passada ("Rain Man", Condor; "Um peixe chamado Wanda", Lido II; "Mississipi em chamas", Plaza; e "Ligações Perigosas", Astor/Cinema I), há tamb´me outras opções e, como sempre nos cinemas da Fucucu, repirses. Interessantes, para quem não as viu quando de seus lançamentos - e, em alguns casos ("A família", de Ettore Scola, no Ritz), merecedoras de revisão.

No campo de batalha

Não está afinado o ambiente interno da Orquestra Sinfônica do Paraná. Embora, oficialmente, seja negada a existência de qualquer crise, nos bastidores o clima é de tensão e mesmo revolta. Motivo: a ameaça de demissão de três integrantes da orquestra - a fagotista Solange, o violinista Samuel e o trompista Nivaldo dos Reis Calçado. xxx

Os caminhos difíceis do Centro Politécnico

Há algumas semanas um assessor de grande empresa de São Paulo veio a Curitiba para localizar um professor no Centro Politécnico. Dirigiu-se ao campus e levou nada menos que 100 minutos para conseguir alguma informação que lhe permitisse encontrar o professor. A todos que perguntava - funcionários, professores e mesmo alunos - não conseguia qualquer indicação segura. Depois de andar mais de 1.800 metros por corredores ao longo de vários edifícios, finalmente conseguiu achar o professor. Ou melhor, a sua sala, pois nesta altura, o mesmo já havia ido embora. xxx

O melhor som prossegue dia 12 com Tulio Mourão

Graças ao entusiasmo e ao trabalho de dois jovens - Gilmarina Samways, da Movimento Sonoro e Júlio Urban da Idealiza -, o Sesc está fazendo voltar os bons tempos do Projeto Pixinguinha, que Hermínio Bello de Carvalho, há 12 anos passados, levou por todo o Brasil para divulgar a nossa melhor MPB. Mais modesto, de acordo com os tempos cabeludos que enfrentamos, o Projeto Esquina, deslanchado em março e que deve prosseguir até o final do ano, alterna música erudita e popular, mas tem no horário das 18h30 e no público-alvo - os jovens -, a identificação com o projeto Pixinguinha, hoje desativado.

Gramado, o festival com falta de filmes

Refletindo a crise do cinema brasileiro - agravada após a infeliz administração que ocorreu na gestão de Celso Furtado no Ministério da Cultura - a produção caiu a números ínfimos em 1987/88 e, como conseqüência, praticamente não há filmes novos para lançamentos neste ano. A própria Embrafilme, em press-release, mostra a pobreza da produção cinematográfica (ver texto nesta mesma página) e, com isto, os organizadores dos festivais de cinema estão de cabelos em pé: como dar continuidade a estes eventos se não há o principal - ou seja, filmes inéditos para entrarem em competição?

Estão no laboratório os candidatos para Gramado

Dos sete filmes que estão prontos e em lançamento pela Embrafilme neste semestre, apenas dois são inéditos o suficiente para justificar sua participação no XVIII Festival do Cinema Brasileiro de Gramado: "A Faca de Dois Gumes", de Murilo Salles, baseado na novela de Fernando Sabino, com Paulo José, José Lewgoy, Marieta Severo e José de Abreu e "Jardim de Alah", de David Neves.

"Orí", um filme-tese sobre a cultura negra

Embora ainda não se saiba quais os filmes - dos poucos em fase de finalização - que estarão concluídos a tempo de disputarem o XVII Festival do Cinema Brasileiro de Gramado (11 a 17 de junho), há um documentário que se for aceito pela comissão de seleção vai, por certo, provocar discussões - e poderá se tornar o must do próximo evento na cidade serrana: "Orí", de Raquel Gerber, longa-metragem (1h56) e série para TV (3 partes), filmado no Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Alagoas) e África Ocidental (Senegal, Mali e Costa do Marfim).

Quinteto de Metais, Bossa instrumental e o bom Hora

Formado em outubro de 1974 - mas só iniciando suas atividades profissionais em maio de 1975 - o que mostra a seriedade de seus integrantes em se prepararem artisticamente - o Quinteto Brasileiro de Metais tem participado de inúmeras programações de salas de concertos e shows em várias cidades - embora, em Curitiba, nunca tenham tido chance de mostrarem seu trabalho em que unem o erudito ao popular, com muitas composições próprias.

Isaac e Ice, som de tesão

Quando estrelou o filme "Shaft", um dos primeiros a valorizar o negro como herói, o crioulão Isaac Hayes surgia com um tema que foi sucesso mundial. Alto, calvo, vigoroso, conquistou platéias e abriu um espaço que tem mantido. Hoje contratado da CBS, após uma reclusão de 5 anos (o primeiro disco após o seu recesso foi "U-Turn", lançado no Brasil em junho/87, o popular Black Moses, como é chamado, volta ("Love Attack") com seu estilo musical em que une o romantismo a uma certa dose de agressividade.

Geléia Geral

Um novo compositor-intérprete lusitano chega ao Brasil: Fausto Bordalo Dias. Cantor-estradeiro, falando de viagens e amores neste seu LP de apresentação ("Para além das cordilheiras", CBS) vem com nove canções, todas de longuíssimas letras - o que deve reduzir suas chances de divulgação. As tentativas de introduzir no Brasil os novos artistas portugueses têm sido frustradas, o que é lamentável - já que deveria haver um público em potencial - que absorveu fadistas tradicionais (como Francisco José, falecido há poucos meses) ou fadistas-bregue, como Roberto Leal.

Autran, que talvez seja Galileu, é Solness em cartaz no Guairinha

Dependendo ainda de algumas negociações e definições em seus projetos, é possível que Paulo Autran venha a interpretar um dos personagens mais fascinantes da dramaturgia contemporânea, Galileu Galilei, na peça de Bertolt Brecht, que com direção de Celso Nunes, marcará o reaparecimento do Teatro de Comédia do Paraná.

Oksana, a arte do humor, da amizade e do talento

São muitos os motivos que fazem de Oksana Boruszenko uma das pessoas mais estimadas de Curitiba. Professora do curso de pós-graduação do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná, tem, a exemplo de tantos outros mestres daquela época, curriculum internacional. Entre cursos feitos no Exterior, uma distinção rara: aprovada com nota máxima pela Maximilian Universidade, em Munique, quando ali defendeu sua tese sobre a colonização eslava no Paraná. xxx

Guairinha tem hoje à noite Autran interpretando Ibsen

"Solness, o Construtor", peça que os críticos consideram o auto-retrato literário do genial norueguês Henrik Ibsen, fica em cartaz de hoje a domingo no Guairinha, quando o público será contemplado com a interpretação de Paulo Autran no papel de um personagem avassalado que, na Inglaterra, coube a sir Laurence Olivier fazer. Embora considerada a obra-prima de Ibsen, a peça jamais interessou ao teatro brasileiro. E ela tem quase cem anos!

E para alegria dos quarentões, temos Genésio e sua orquestra!

Aposentado há seis anos, sem qualquer plano de voltar a empunhar as baquetas, o convite foi irrecusável: montar uma orquestra com os melhores músicos que encontrasse, direito de ter um side man para substituí-lo em mais de 50% do tempo e, principalmente, excelente remuneração. Pediu tempo para o hoteleiro Alceu Vezozzo, conversou com a esposa (a quem havia prometido não voltar mais à música) fez cálculos e acabou topando. Assim, quando o Bourbon Tower Hotel inaugurar seu suntuoso night club, entre maio/junho, a primeira atração será Genésio e sua orquestra.

A big band curitibana durante duas décadas

Difícil encontrar um curitibano(a) que já passou dos 40 anos que não ligue o nome de Genésio com o Chá Dançante de Engenharia.
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