Altemar Dutra
Os da Odeon
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de maio de 1976
Como não são apenas os novatos que fazem compactos, eis algumas bolachas simples lançadas pela Odeon, em seu último suplemento de 75, com artistas que já tem elepês mas que, como sustentação, fazem as bolachas simples. O conjunto Nosso Samba, por exemplo gravou "Os Samba" (Edeor de Paula), semana de enredo de uma das escolas de sambas do Rio, que o crítico Sérgio Cabral incluiu em sua lista dos 10 melhores de 75. No lado B do compacto, os criolos do Nosso Samba interpretam "É Nessa Onda" de Waldemiro do Candonblé.
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Sociologa Musical
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de julho de 1976
Odair José representa dentro do catálogo da Phonogram uma das maiores receitas. Com suas músicas apelativas, aparentemente de preocupações moralistas-sociais ("Pare de Tomar a Pílula", "Quero lhe Tirar Deste Lugar" etc.) atinge uma faixa de público que, na Odeon, por exemplo, é dividida entre Agnaldo Thimóteo e Altemar Dutra, na Copacabana por Nelson Ned, para ficar em apenas dois exemplos. Os discos de Odair José pouco se diferenciam, mas todos atingem a mosca do alvo do departamento comercial: vender acima dos 150 mil exemplares.
As guaranias de Gregório
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de fevereiro de 1975
Espanhol de nascimento (Bilbao, 1911), muitos anos de carreira em Buenos Aires (1938-1955) e sucesso no Brasil há 25 anos, Gregório Barrios está sabendo utilizar o modismo da Nostalgia para "vender o seu peixe", qual seja o bolero, do qual sempre foi um dos grandes intérpretes - com um público fiel, principalmente mulheres que tiveram seus romances dos anos cinqüenta embalados ao som de músicas como "Una Mujer", "Sensacion", "Dos Almas", "Inultimente", "Frio En El Alma", "Final" e "Palabras de Mujer".
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Em todas as rotações...
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de abril de 1977
1 - Começamos afinal a ver aquilo que se poderia chamar, auspiciosamente de início do "boom" do chorinho. Clubes de choros são fundados, as mais importantes publicações dedicam reportagens aos nosso chorões e, principalmente, as gravadoras estimulam-se a editar discos de choros. Por exemplo, aproveitando registros antigos, de lps há muito esgotados, a Chantecler vem de lançar o volume 2 de "Chorinhos e Chorões" (Rosicler, 2-12-407-240, fevereiro/77), que mesmo com conjuntos paulistas pouco conhecidos é um belo disco de choros.
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Duas estreias: Fernando Mendes e Franko Xavier
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de janeiro de 1975
É perfeitamente legitima a preocupação das gravadoras em procurarem criar novos ídolos da música popular. Afinal, lutando diariamente na disputa de um mercado cada vez mais competitivo, os grandes produtores fonográficos tem que reforçar seus elencos - e se a contratação de nomes já consagrados exige investimentos altos (há 3 anos, a RCA Victor adiantou Cr$ 200 mil para que Waldick Soriano deixasse a Continental e passasse para o seu elenco), também a consolidação de novos artistas é tarefa demorada e altamente onerosa.
Orlando Dias ataca novamente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de janeiro de 1975
Há dois anos, o jornalista Tarik de Souza, hoje o mais ativo disc-review da imprensa brasileira fez uma interessante análise sobre a chamada "música de bas-fond ", ou seja, dos intérpretes consumidos pelas platéias mais marginalizadas da sociedade, que aparentemente parecem não dispor de poder aquisitivo siquer para a sobrevivência física mas que, surpreendentemente, garantem, o sucesso impressionante de mais de uma dezena de cantores melodramáticos, que se dedicam a cantar os dramas, os desenganos e, por que não, as esperanças das mulheres abandonadas, decaídas, como, por exemplo, Odair Jos
Portinhal, José, os Roberto e Ed a quem interessam ouvir!
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de julho de 1974
Anotem os nomes de Hélio Portinhal e Ed Carlos. Não são sambistas nem compositores de expressão. São apenas jovens cantores lançados na tentativa de conquistarem uma faixa de público que embora humilde dispõe, religiosamente, de uma verba regular para adquirir os discos de seus ídolos. E que vem assim garantindo a presença de Altemar Dutra, Agnaldo Rayol, Agnaldo Thimoteo e outros [intérpretes] da mesma linha nas paradas de sucesso.
Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de janeiro de 1974
Atuando dentro de uma faixa específica de consumidores - público classe "c", a Copacabana, hoje com nova direção mantém uma linha de produção destinada a concorrer com cantores tipo Agnaldo Timóteo (Odeon), Altemar Dutra (RCA Victor) ou Odair José (Phonogram), fazendo assim constantes investimentos em intérpretes de nível artístico discutível frente aos parâmetros artísticos mas de aceitação segura.
Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de janeiro de 1974
Há 18 anos, quando o rock'roll chegava ao Brasil através de Bill Halley, Elvis Presley, Little Richards e outros, alguns cantores brasileiros lançaram-se nas versões - como acontece até hoje - e obtinham algum sucesso junto a camada menos exigente do público jovem - então menos informada do que hoje. Entre eles, um crioulo de algum balanço chamado Carlos Gonzaga chegou as paradas com a gravação da versão de "Diana" de Paul Anka, traduzida por Fred Jorge - até hoje ativo neste campo, dividindo com Rossini Pinto o próspero negócio de traduzir músicas.
O azul som de Caetano e os hermeticos ruidos de Walter
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de abril de 1973
Há algumas semanas, quando Carlinhos Lira, Euclides Cardoso, Nonato Buzar e eu, ouvíamos pela primeira vez, << Miss Breve >> de Edu Lobo, em seu aguardado álbum (há quatro anos não gravava) a primeira reação foi surpresa. Euclides diretor da Rádio Iguaçu um dos Homens que melhor conhece musica popular no Paraná ponderado e lúcido arriscou-se a um comentário:
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