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Aramis

Artigos por data (1986 - Outubro)

Na guerra dos hamburguers, mudou até o comportamento

Dos tempos pioneiros do velho Amatuzzi e Rudi Blum, primeiros a introduzirem o cachorro-quente na provinciana Curitiba dos anos 30, nos hoje históricos Triângulo e Mignom na Rua XV de Novembro - a industrialização de lanchonetes, que hoje passam de 5 mil na região metropolitana, muita coisa mudou. E, para um observador atento do comportamento urbano eis um tema que pode justificar estudos de profundidade - por que não, até uma tese universitária?

Espetinho ainda é o que mais fatura

Com toda sofisticação de ambientes das lanchonetes e drives que se espalham pela cidade, quem mais fatura são os humildes espetinhos da Rua Cruz Machado e adjacências. A constatação é de João Paulo de Oliveira Mello, que com a experiência de quem, entre 1968/75, chegou a possuir quase 40 lojas da cadeia Tipiti, estima que só os espetinhos do centro da cidade - por sinal, na área mais pesada da madrugada - vendem cerca de 15 mil unidades por dia. - Somando-se todo o movimento das lanchonetes, drives, etc. da cidade este número não é atingido!

Na guerra das rendas quem dança são os bons filmes

Um dilema que embranquece os cabelos de quem é responsável pela programação dos cinemas: qual o momento de substituir um filme?

Um Homem

CURY, O AMIGO PARA TODAS AS ESTAÇÕES Há pessoas que conseguem superar humores, irritações, divergências e problemas que infelizmente separam os homens. José Cury é uma destas magnéticas personalidades. Ao seu redor, hoje à noite, no Madalosso, estarão algumas centenas de pessoas - dos mais diferentes segmentos, como diria um repórter de televisão - que, ao longo de quase cinco décadas aprenderam a estimar o Cury, acima de qualquer defeito ou restrição, um grande ser humano.

Uma Mulher

BIA, O MUNDO COM AS CORES DO SENTIMENTO Já houve uma época em que cada um de seus grandes desenhos era mesclado com uma frase-poesia. Tão suaves e leves, hai-kais suspensos em cores, como seus próprios traços e cores.

Com a Mônica retorna a matinada às crianças

Os bons tempos das matinadas estão de volta. A partir de sábado, 25, o cine Plaza, em sessões às 10, 11 e 12 horas, lança AS NOVAS AVENTURAS DA TURMA DA MÔNICA. Em uma hora, estão oito deliciosas estórias com a TURMA DA MÔNICA, em episódios unidos por uma apresentação do elefante Jotalhão, que apresenta os personagens e conduz a ação. São filmes curtos, o tempo certo para prender atenção das crianças de 3 a 10 anos - numa nova forma de programação que Maurício de Souza bolou para oferecer ao seu público uma nova opção nas manhãs dos fins de semana.

Maurício, o nosso Disney brasileiro

Três décadas e meia após o pioneiro Anélio Latini Filho ter realizado, a custa de imensos esforços e sacrifícos que se estenderam por meses, o primeiro desenho em longa-metragem do cinema brasileiro - "Sinfonia Amazônica", que estreou em 1953, o cinema de animação em nosso país tem hoje um nome do maior prestígio: Maurício de Souza.

O som com Glass está em Koyaanisqatsi e Mishima

Se fosse planejado, talvez não desse certo. Mas nas bruscas mudanças de programações a coincidência aconteceu: na mesma semana, a dupla chance de se curtir dois filmes com trilhas sonoras do mais famoso compositor minimalista do momento, o americano Philip Glass, 48 anos, que passou a ser consumido vorazmente no Brasil - ao ponto de já existir cinco elepês com suas obras entre nós.

Por causa da BR-101, Hauer merece ódio dos ecologistas

O secretário Geraldo Hauer, das Finanças, conseguiu atrair as iras dos ecologistas brasileiros com suas infelizes declarações em torno de uma discutível "necessidade" de construção da BR-101, no trecho do Paraná. A imprensa nacional - em especial o "Jornal da Tarde", sempre atento em defesa da ecologia - já começou a divulgar as manifestações de repúdio ao projeto que Hauer, um rico advogado tributarista, ex-presidente do Country Clube e amigo há anos do governador João Elísio, está defendendo: endividar ainda mais o Paraná para construir a BR-101. xxx

De vinhos, bares & farofeiros

O Paraná, em matéria de vinhos, continua a ser um zero à esquerda. Tanto é que em "Vinhos e Vinícolas do Brasil", de José Osvaldo Albano do Amarante, que, com o subtítulo de Guia Completo, acaba de ser lançado (Summus Editorial, 168 páginas, Cz$ 100,00), apenas 8 linhas são dedicadas ao nosso Estado.

No campo de batalha

Maria Lewtchuk e Oslin Espíndola, pesquisadores e professores de física-matemática não linear, da Universidade Federal da Paraíba, estão na cidade e hoje, às 15:30 horas, no Centro Politécnico falarão sobre "Hamiltonizações Alternativas e suas Aplicações". xxx Maria Lewtchuk Espíndola, 33 anos, curitibana, filha de ucranianos, formada em engenharia química pela UFPR, ao lado do marido, Oslin Espíndola, são hoje físicos de renome internacional, com trabalhos publicados em importantes revistas, incluisive a "Mathematical Physics". xxx

Sade, o indignado com desperdícios oficiais

Mais do que um artista de sensibilidade experiente marchand-de-tablaux, pioneiro no mercado da galerias em Curitiba nos anos 70 - Jorge Carlos Sade, 52 anos, é um observador atento das coisas da cidade. Independente, ferindo, sem papas na língua, o chamado "Marquês de Sade" tem sido um vigilante defensor das coisas & tradições, apontando aquilo que julga errado numa coragem que merece respeito, especialmente nesta época de bajulações e mentiras. xxx

No campo de batalha

Ieda Salomão, uma mulher tão fascinante quanto bela e a sua voz, vem dando seguidas provas de amizade ao compositor Claudionor Cruz: integra o grupo de amigos que o estimula na gravação de um elepê independente (há muito aguardado) e na última segunda-feira, no teatro do BNH, no Rio, participou de um show em homenagem ao compositor de tantos sucessos carnavalescos. xxx Na platéia, um veterano sambista, Roberto Paiva, 65 anos, não resistiu e subiu ao palco para interpretar duas canções de Claudionor que ele havia lançado há mais de 40 anos. Quem viu, chorou! xxx

Cadernos da memória voltam com partituras de Henrique

Em quase seis anos de administração, o secretário Carlos Frederico Marés de Souza, da Cultura, só autorizou a edição de dez boletins da Casa Romário Martins. Em compensação, entre 1974/83, haviam sido lançados nada menos que 67 títulos, cobrindo os mais diferentes assuntos - desde o número que inaugurou a coleção ("Desembrulhando as Balas Zequinha", de Valêncio Xavier) até a "Memória de Vida", dedicada a madame Helene Garfunkel (1900-1982), quando de sua morte. xxx

Um homem

PROMOVENDO A MÚSICA Se cada cidade brasileira tivesse um animador cultural como Paulo Afonso Sciarra, o nosso País seria uma Suíça em termos de arte. Pois, se hoje Cascavel não lembra mais a terrível cobra mas sim tem uma imagem positiva junto a algumas dezenas de nomes expressivos da vida musical isto se deve em grande parte, ao trabalho espontâneo, anônimo e sobretudo apaixonado que Sciarra desenvolve a 4 anos.

A música instrumental, com quem sabe fazê-la muito bem

A música instrumental é sempre agradável. Seja o jazz de mestres inesquecíveis e que há muito já se foram - como Duke Ellington e Tommy Dorsey, sejam as criativas improvisações de Dizzy Gillespie ou do trombonista Curtis Fuller, em lançamentos excelentes da pequena mas sempre organizada Imagem. No Brasil, também boa música instrumental: enquanto a CBS não faz chegar às lojas o aguardado novo lp-solo de Cesar Camargo Mariano, gravado ao vivo, temos um excelente álbum de outro grande tecladista - Gilson Peranzzetta, em produção independente.

O solo de Gilson, jazz com Guilherme e piano romântico

Verdade seja dita: independente do (inegável) talento de Ivan Lins, muito de seu sucesso deve ser creditado a Gilson Peranzzetta. Pianista, arranjador e fiel amigo de Ivan, há mais de dez anos que Gilson é fundamental para os discos que o autor de "Madalena" tem gravado.

O som do piston de Araken, na noite e para românticos

De uma família extremamente musical - o pai, Elizário, conhecido por Cadete, tocava violão, a mãe, dona Alice, tocava bandolim, o tio, Nonô (Romualdo Peixoto) era pianista e homem de rádio, o primo Ciro Monteiro foi cantor e compositor famoso, os irmãos, Caubi - cantor da maior popularidade nos anos 50 e Moacir, pianista de jazz de mãos cheias, Araken Peixoto é um dos grandes pistonistas da noite carioca e paulista.

Jazz com mestres: Ellington, Dizzy, Curtis e até Dorsey

Enfrentando mil e uma dificuldades, exemplo de self-made man, Jonas Silva é um dos mais admiráveis produtores fonográficos. Mesmo com a crise do vinil e da cartolina, que faz com que as pequenas etiquetas estejam com dificuldades de prensarem seus produtos, Jonas, um pernambucano que há quase 40 anos se preocupa em divulgar o que há de melhor no jazz e no clássico, faz suas edições pela Imagem. Ainda agora, ao mesmo tempo que lança dois importantes discos de jazz, inéditos, reedita dois outros soberbos lançamentos que há tempos já fazem parte de seu pequeno mas selecionado catálogo.

Geléia Geral

Dentro de uma visão sem preconceitos da música popular, o bregue está a merecer cada vez mais atenção - não só de sociólogos e estudiosos do compotamento do público mas, em termos de marketing. Se assim não fosse, o gênero não cresceria tanto em termos de lançamentos. Afinal, sem ter divulgação na mídia impressa e confinado a prefixos declaradamente bregas, artistas que se dedicam a este gênero têm parcelas expressivas no mercado. E as gravadoras, atentas aos números, não desprezam estes populares capazes de garantirem grandes vendas.
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