A hora é do terror
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de janeiro de 1988
Se o público continua a se mostrar distante em relação ao cinema nacional - apesar de toda a promoção que os filmes têm recebido, especialmente por parte da imprensa - um gênero que, no passado, estava entre as maiores bilheterias e caiu violentamente foi o pornô. Hoje, o público que continua a freqüentar os Cines "poeira" (Glória, Scala, Rui Barbosa, Morgenau) que exibem estes filmes, sejam as produções da Boca do Lixo de São Paulo, sejam os importados (que entram no Brasil a custos reduzidíssimos) e formado pelas camadas mais humildes da população. Em compensação (e eis aí, um dado para estudos sócio-sexológicos), nas locadoras de vídeos, a procura de teipes pornográficos é maior por parte de senhoras da classe "A" - entre as quais alguns nomes colunáveis.
O que o público está preferindo é o terror! Tanto é que oito dos vinte filmes de maior freqüência em 1987 nos cinemas de Curitiba, foram deste gênero. "Alliens, O Resgate", de John Cameron - seqüência do filme de Riddley Scott, de 4 anos passados, teve 71.547 espectadores contra 106 mil obtidos por "Platoon", de Oliver Stone sobre a guerra do Vietnã (e que ganhou a promoção de levar 4 Oscars). "Poltergeist II" ficou em quinto lugar entre as melhores bilheterias (62.942 espectadores). Outros filmes de terror - quase todos extremamente medíocres - que tiveram boas bilheterias: "A Noite do Pesadelo II" (38.902 espectadores); "A Hora do Lobisomem" (37.365 espectadores ; "A Mosca" (35.002 espectadores); "As Bruxas de Eastwick" (29.695 espectadores) e "A Volta dos Mortos Vivos" (26.420 espectadores).
Como se vê, nestes dias bicudos, o fantástico ("Alliens") e o horror agradam cada vez mais o público.
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