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Aramis

Trapalhões derrotam as trapalhadas de Steven

João Aracheski, 50 anos, 35 de cinematografia - começou como "boy" e nunca trabalhou em outro setor - está exibindo um sorriso dentifrício: "Os Fantasmas Trapalhões", que a sua distribuidora Íris comercializa no Paraná, está conseguindo bater as estrepolias espaciais ("Viagem Insólita") e terrestres ("Um Hóspede do Barulho") produzidas por Steven Spielberg. No mais absoluto esquema pastelão, com um humor rasteiro e simplório, na melhor "escola" da fase mais imbecil das chanchadas da Atlântida e Cinedistir, os Trapalhões voltam a faturar alto - recuperando-se do relativo fracasso que foi a tentativa de intelectualização, tentada no ano passado quando Renato Aragão buscou associar um clássico do teatro popular ("O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna) com a competência de Roberto Farias, que, nos anos 60/70, dirigiu três filmes com Roberto Carlos. "Os Trapalhões no Auto da Compadecida" foi, proporcionalmente, um fracasso para as rendas milionárias que alcançam os filmes da troupe mais popular do cinema e televisão no Brasil. Agora, retomando a chanchada explícita, dirigida pelo especialista J. B. Tanko, 80 anos, "Os Fantasmas Trapalhões" está caminhando para o primeiro lugar nas rendas: lançado no dia 18 de dezembro, em três cinemas (São João, Lido e Plaza), a comédia já foi vista por 35.170 espectadores - o que representa uma renda de Cz$ 3.517.000,00 - já que o ingresso está agora em Cz$ 100,00. xxx Normalmente distribuídos pela Embrafilme, os filmes dos Trapalhões representam o maior percentual no faturamento da estatal. Entretanto, desta vez, cansando-se da burocracia e incompetência da Embrafilme, Renato Aragão optou por distribuidoras privadas, mais ágeis e que estão fazendo um bom trabalho. No Paraná, o contemplado para distribuir "Os Fantasmas Trapalhões" foi a Íris, de João Aracheski, ex-executivo da Vitória / Fama Filmes, e que graças ao seu relacionamento na cinematografia nacional esta trazendo para sua empresa importantes representações de cinema e vídeo. "Os Trapalhões no Auto da Compadecida", exibido durante 9 semanas nos Cines Lido e São João, no ano passado, teve um público de 40.194 espectadores, rendendo Cz$ 1.815.771,00. Classificou-se em 13o lugar no ranking das melhores bilheterias, perdendo entretanto para a reprise de "Um Caipira em Bariloche", de Pio Zamonner, comédia com Mazzaropi, que em cinco semanas no Cine São João, faturou Cz$ 890.189,50 e foi visto por 41.225 espectadores (na época de exibição, o ingresso custava Cz$ 20,00). xxx Localizado na Rua Westphalen, próximo ao terminal de ônibus da praça Rui Barbosa, numa das zonas mais movimentadas da cidade, o São João é uma das casas com melhor aproveitamento na proporção poltrona/público pagante. Tanto é que até agora mais de 20 mil espectadores ali foram assistir a "Os Fantasmas Trapalhões", enquanto no Plaza a freqüência foi da metade e no Lido I de pouco mais de 5 mil espectadores. LEGENDA FOTO 1 - "Os Trapalhões no Auto da Compadecida": tentativa de melhorar fracassou junto ao público. LEGENDA FOTO 2 - "Os Fantasmas Trapalhões": renda excelente no esquema chanchada.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
10/01/1988

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