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Aramis

Artigos por data (1991)

Aquelas "big bands" que fizeram o mundo dançar por muito tempo

Durante pelo menos três décadas, eles reinaram absolutamente. Amparados em exercícios de fulgurantes metais dourados, em contraponto a ajustadíssimas secções de cordas e discreta percussão, com harmonias perfeitas, as big bands eram absolutas em sua popularidade. Mesmo sem chegar a inventividade dos negros gênios jazzísticos - como os angustiados Charlie Parker, ou Lester Young - que se debatiam entre o álcool e drogas, músicos-maestros menos famosos junto aos círculos cult eram, entretanto, muito bem sucedidos financeiramente.

O verdadeiro Eddy Duchin que o cinema americano eternizou

Podem acreditar: Eddy Duchin existiu. Na segunda metade dos anos 50, apaixonadas donzelas e românticas adolescentes achavam que o pianista era mesmo o galã Tyrone Power (1914-1958), que teve em "Melodia Imortal" uma de suas últimas aparições no cinema (faleceria dois anos após, durante a rodagem de "Salomão e a Rainha de Sabá").

Os dias dourados da loira crooner Doris

Loira, sardenta, típica beleza pasteurizada americana dos anos 40, Doris Day (Doris Kappelhoff), 67 anos a serem completados no dia 3 de abril - foi, durante pelo menos 15 anos, maldosamente chamada de "a eterna virgem" do cinema americano - pelo tipo de personagens que interpretou na maior parte de sua carreira.

Will e Ray, a dupla que embalou muitos romances

O trombonista Will Bradley (Wilbur Schiwichtenberg, Newton, New Jersey, 1912-1978) e o cantor e baterista Ray McKinley (Fort Worth, Texas, 1910), conheceram-se em 1931, tocando numa das mais famosas casas dançantes de Nova Iorque, a Roseland. Nasceu uma parceria entre estes dois músicos - então integrando a Milt Shaw Orchestra, numa época em que a cada esquina havia um gênio instrumentista trabalhando.

Programas especiais de música

A Rádio Estadual do Paraná, numa promoção da Secretaria de Estado da Cultura, apresenta a seguinte programação, para a semana de 11 a 17 de março:

Livros às mancheias nesta semana literária

Livros às mancheias nesta semana de muitos lançamentos. Começa hoje com a jovem (23 anos) Jacqueline Andréa Glaser autografando seu segundo livro de poesias ("Espelhos", Edições Ipê, 66 páginas, ilustrado com fotos de Rui Arsego) na galeria de arte Banestado, às 18h30, e prossegue amanhã com um lançamento coletivo de cinco novos títulos que a Secretaria da Cultura, nesta última semana da administração René Dotti (afinal, quem será o seu sucessor? Era a pergunta que mais se fazia até domingo) fará desaguar na praça.

Os espelhos líricos da suave Jacqueline

No ano passado, quando Jacqueline Andréa Glaser lançou seu primeiro livro ("Encantamentos", Editora Lítero Técnica), aqui escrevíamos: "Entre tantas mulheres que buscam a poesia, Jacqueline tem o vigor da juventude e a saudável inquietação de buscar respostas a tantas questões. Se da multiplicidade de suas indagações resulta uma poesia desigual, há a sinceridade, a espontaneidade e o idealismo - méritos que fazem este seu livro de estréia destacar-se entre publicações de (ditas) poetisas que pouco têm a acrescentar".

Marcelo, a arte maior como ampla realização

Passados três meses de vacas magríssimas em termos de espetáculos, a temporada artística abre com opções a diferentes predileções. Marcelo Marchioro, 38 anos, o mais importante nome do teatro paranaense - de projeção nacional pela seriedade e competência de seu trabalho, tem nesta semana, o revival de duas excelentes montagens que fez no ano passado para a Fundação Teatro Guaíra: a peça "As Bruxas de Salém", de Arthur Miller (Auditório Salvador de Ferrante - até o dia 4 de abril), e a ópera "O Barbeiro de Sevilha", de Rossini (Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto - 14 a 17).

Uma rua para o maestro Gaya

Depois de dois esplêndidos nomes da melhor MPB no último fim de semana - Johnny Alf no Teatro Paiol e Miúcha no distante Auditório Antônio Carlos Kraide (Centro Cultural do Portão), além de duas apresentações da Orquestra de Câmara de Blumenau, abrindo a temporada oficial do Auditório Maria José Andrade Vieira - novas atrações para dividir o próximo fim de semana. No Paiol, a compositora-intérprete Joyce, que só hoje, aos 40 anos - e 22 de vida artística - começa a ter um reconhecimento internacional, com temporadas e discos lançados no Japão, Itália, França e Estados Unidos.

Os advogados e a sua bissexta publicação

No final do ano passado, o Instituto dos Advogados do Paraná lançou sua "Revista", referente ao ano de 1990, com 268 páginas reunindo 17 textos entre artigos, pareceres e mesmo discursos de vários profissionais do Direito. Não deixa de ser um mérito o diretor de publicação João Carlos de Almeida, ter conseguido dar periodicidade a esta revista - especialmente porque a tradição editorial no Instituto parece ter sido a de postergar a revista.

No campo de batalha

Um destaque que deve ser feito em relação aos músicos que estiveram no Paiol, no último fim de semana, acompanhando Johnny Alf: o saxofonista Idris Boudrioun (Nancy, França, 05/01/1958), radicado há 8 anos no Brasil e que já fez dois esplêndidos elepês como solista. Junto com Idris, vieram o baterista Ivo Caldas, 43 anos e o baixista Lúcio Maciel, 34. xxx

Mafiosos e lobos nas telas

De longe, as duas grandes estréias no cinema, hoje, são "Dança com Lobos", que marca o galã Kevin Costner ("Os Intocáveis", "Sem Saída", "Campo dos Sonhos") em sua primeira direção (além de intérprete e roteirista). O filme lhe valeu 12 indicações à estatueta dourada - e o transformou no novo "golden boy" da indústria cinematográfica.

Lições de Gino para acabar a lei do cafajeste Gerson

Nenhum livro poderia ser mais oportuno: "Consumidor Versus Propaganda", de Gino Giacomini Filho (Summus Editorial, volume 40 da coleção "Novas Buscas de Comunicação", 176 páginas, Cr$ 3.520,00). Como subtítulo - e principal atração - "Contem com o Novo Código de Defesa do Consumidor Comentado".

Doenças dos músicos

Pesquisador incansável da música popular, o professor Alceu Schwaab (foto) se interessou em conseguir um exemplar da tese que o médico Renato Bonik fez sobre doenças ocupacionais dos músicos.

Biografia de Vianinha

O cada vez mais fértil campo das biografias - que tem subido nas relações dos best-sellers - estimula novas obras, especialmente encomendadas por editores de visão. Enquanto o jornalista Fernando de Moraes - trocando a Secretaria da Cultura pela da Educação, em São Paulo - não consegue concluir o seu aguardado livro sobre Assis Chateaubriand, a Nórdica lança, em abril, "Vianinha, Cúmplice da Paixão", que o editor Jorge Bernardes considera como principal título de sua programação deste primeiro semestre.

No alto do Capanema, uma rua para o Eddy

Seis meses após a trágica morte do jornalista e dramaturgo Eddy Antônio Franciosi (1930-1990), surge uma oportunidade ideal para a cidade que ele tanto amou - e viveu por mais de 35 anos - lhe prestar uma merecida homenagem. Uma rua que a Secretaria de Obras começa a abrir agora, no bairro do Capanema, em bela área ecologicamente preservada, se presta especialmente para receber o nome de Eddy. Fica a sugestão à Câmara Municipal.

Ligando bairros, uma nova área se aproxima

Mais do que a abertura de ruas de ligação entre algumas avenidas na Zona Leste da cidade, o prosseguimento da Rua Ostoja Roguski, em 700 metros, a partir do final da Rua Agamenon Magalhães / cruzamento com a Avenida Centenário - e ultrapassando a linha férrea - abrirá uma nova área da cinema, até hoje preservada pela falta de acesso. O trecho concluído - e que será oficialmente inaugurado no aniversário de Curitiba - já está permitindo alcançar a Avenida Afonso Camargo de uma forma mais rápida.

Professora Eny, a que trouxe o método Montessori para o Paraná

O nome de Eny Caldeira, como educadora, é sempre relacionado como a pessoa que trouxe o método pedagógico desenvolvido pela mestre italiana Maria Montessori (Ancona, 1870 - Noordwijk, Holanda, 1952) ao Paraná. Intuitivamente, esta paranaense de Prudentópolis - onde nasceu em 23 de outubro de 1916 - sentiu que seria com a grande pedagoga européia que teria o rumo para a sua missão de fazer mais do que simplesmente dar aulas em escolas curitibanas.

Um laboratório sem teto encaixotado no depósito

- "O que mais fez com que Eny ficasse doente foi o fato de ela ter sido afastada daquilo que mais ama: o ensino". Com a devoção que dedica há mais de 25 anos a sua mestre e amiga, a capixaba Noemia Leal, faz uma confidência: - "Desde que Eny deixou de exercer o seu trabalho diário no ensino, sentiu-se amputada. Especialmente porque a idade nunca a impediu de trabalhar".

Meio século ensinando gerações de brasileiros

No dia 16 de fevereiro de 1987, quando foi homenageada pelos seus 50 anos de magistério, Eny Caldeira fez questão de lembrar o seu avô materno, Gerônimo Durski, emigrante polonês que chegou a escrever durante a longa viagem de navio uma cartilha ensinando o português para os seus compatriotas, que vinham para o Brasil. - "Acho que o ensino sempre fez parte de minha vida", disse a professora Eny, no emocionante depoimento gravado na semana passada para o projeto Memória Histórica.
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