Vitória fecha dia 29; Rui Barbosa ameaçado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de janeiro de 1987
Dentro de 19 dias haverá a última sessão do maior dos cinemas do Paraná: o Vitória cerra suas portas definitivamente. Como se não bastasse isto, a Fundação Cultural de Curitiba quer provocar também o fechamento de mais outro cinema da cidade: já está na justiça o despejo do Cine Rui Barbosa, sob a discutível alegação de que o espaço será aproveitado para um novo teatro popular.
Esvazia-se, assim, mais um pouco a cinematografia curitibana, que tem perdido muitas salas de projeção nestes últimos anos - enquanto a estatização representada pela Fundação Cultural tem estado em escalada, hoje já com 4 salas - Cinemateca, cines Luz, Ritz e Groff.
xxx
No dia 30 de dezembro, no 3º tabelionato, o cartorário Iraci Viana sacramentou a escritura de venda do imóvel de 5.380 metros onde, há 24 anos, funciona o Cine Vitória. Dos Cz$ 28.378.380,00 que o governo João Elísio, através da Secretaria da Administração, pagou pelo imóvel, Cz$ 9.300.000,00 foram para a Vitória Cinematográfica, pertencente aos irmãos Zonari.
O saldo de Cz$ 19.078.380,00 foi dividido entre os herdeiros da família Johnscher: Ilona Elga Ribeiro, Fernando Veiga, Heda Margô Johnscher, Fritz Sigesmundo Liebel, Mara Erva Lidia Niemeyer, Edi Edla Niemeyer, Udo Niemeyer, Edwin Vitor Johnscher e Guiomar Johnscher Fornassori.
xxx
A partir das 8 horas da manhã do dia 29 de janeiro, uma quinta-feira, o cine-teatro Vitória passa ao patrimônio do Estado, com as chaves entregues à Secretaria da Administração - responsável por sua guarda até o início das obras que o transformarão no Centro de Convenções Vitória - que, antes mesmo de qualquer data de inauguração já tem dois pedidos de reservas para convenções nacionais: um promovido pela Fundação Aristides Athayde (oftalmologia) e outro para um encontro nacional de secretárias executivas. Otimismo é isto aí!
Enviar novo comentário