Os quadros de Rubinho
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de agosto de 1977
Quando tinha 10 anos de idade, Rubinho já tinha seus primeiros quadros emoldurados. Talentoso, criativo, o menino preferia os desenhos do que as traquinagens com os colegas da Alameda Cabral, onde nasceu e viveu quase toda sua vida. Hoje, aos 23 anos, estudante de engenharia, recém-casado, Rubinho - Ruben Esmanhoto - já tem uma produção plástica que o leva a mostrá-la numa primeira individual, quarta-feira, na galeria do Centro Cultural Brasil Estados Unidos.
Embora dedicando-se de forma autodidata às artes plásticas há 13 anos, Rubinho decidiu-se, em termos profissionais, nos últimos dois anos. A amizade e as lições de Carlos Scliar, com quem estagiou em Cabo Frio e Ouro Preto, o fizeram adquirir entusiasmo para desenvolver sua pintura, de forma organizada. Bem verdade que em 1969 já era aceito nos salões de novos da SEC no de Arte Colegial de Curitiba e do Jovem Artista, em Porto Alegre. Jorge Carlos Sade, sempre generoso em auxiliar os novos talentos, passou a vender também seus quadros, através da Acaiaca. Modesto, com a humildade das pessoas realmente talentosas, Rubinho diz: "Minha pintura não tem um apoio conceitual muito marcante. Procuro atingir o espectador, não agredindo, mas envolvendo-o num clima de poesia e de sonho. E é esta a atmosfera que sinto quando trabalho". A temática de seus quadros são peças e objetos, que considera de valor particular em sua vida, pois pertenceram a seus avós, "gente e coisa profundamente enraizada em minha infância".
No Museu de Arte Contemporânea, desde quarta-feira, é o goiano João Parisi Filho, que está mostrando seus trabalhos. Com 16 anos de estrada em salões e galerias, algumas premiações tem seu trabalho referendado, no catálogo, pela estrela maior da pintura mato-grossense, Humberto Espíndola, o pintor da bovinocultura, ex-aluno do curso de jornalismo da Universidade Católica do Paraná.
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