Schmitz, mais um no mercado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de agosto de 1977
Ruy Pedro Schmitz, gaúcho de Bagé, executivo do Banco de Boston, não quis se prender às limitações culturais de sua bem remunerada profissão e, de forma autodidata, começou a desenvolver, há alguns anos, trabalhos de colagem. Habilidoso, conseguiu uma boa técnica que lhe valeu elogios e o estímulo de Jorge Carlos Sade, da Acaiaca, para expor, o que acabou fazendo, no primeiro semestre, na galeria do Centro Cultural Brasil Estados Unidos. Vendeu tanto, recebeu tantos elogios, que decidiu explorar o filão: aceitou participar de nada menos que cinco coletivas (Eucatex, Acaiaca, Expomaq, Senac e Novas Tendências, esta no Museu de Artes de Joinville) e, agora vai fazer uma segunda individual, a partir do dia 23, na galeria "O Artesão", da sra. Adeline Araujo Caron.
Embora não seja recomendável a um artista novo se desgastar com mostras seguidas, explorando o mesmo mercado, Ruy Pedro Schmitz deverá vender bastante, pois seus quadros são atraentes, fortes, decorativos. Tem merecido elogios e estímulos de todos e, embora, anteriormente, não pensasse em fase de seu "hobby" uma fonte de renda, agora está disposto a entrar firme no mercado, não só local mas mesmo em outras cidades. Fernando Velloso, diretor do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, homem que não é de fazer elogios fáceis, mostra-se generoso com Schmitz, em sua opinião "um desses raros talentos insitos, voltados para a produção de uma obra de arte de caráter construtivo onde o equilíbrio da composição e a manipulação sóbria do colorido estão permanentemente presentes". E Fernando encerra a apresentação de Schmitz garantindo ser ele "um artista ainda jovem que está construindo uma obra vigorosa à custa de um trabalho constante e metódico e de uma criatividade que a cada novo dia brota, mais forte e mais impetuosa de seu interior.
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