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Aramis

Yes, nós temos Braguinha! (E ele faz 80 anos amanhã)

Neste 29 de março não é só Curitiba e o bom Poty que comemoram aniversário. É também a data dos 80 anos de Braguinha - o querido e maravilhoso Carlos Alberto Ferreira Braga - o João de Barro da música popular, o Braguinha com mais de quinhentas músicas gravadas. xxx Hermínio Bello de Carvalho, diretor da divisão de música popular do Instituto Nacional de Música/FUNARTE, sempre atento as datas redondas, não iria deixar passar em brancas nuvens uma efeméride como esta. Assim, todo um calendário de comemorações foi organizado para saudar, como merece, a este grande brasileiro que é Braguinha. A edição de um belíssimo elepê, com interpretação de suas músicas a cargo do coral Garganta Profunda e o lançamento do livro "Yes, Nós Temos Braguinha", realizações executivas de Jairo Severiano. xxx De Braguinha não se precisa falar muito. Basta olhar para o que há de mais popular na música brasileira e se verá o seu nome em centenas de sambas, marchinhas, marchas-ranchos, canções juninas, músicas infantis, etc. Braguinha fez de tudo! Foi roteirista dos musicais de Ademar Gonzaga/Wallace Downey ("Alô, Alô Carnaval", "Alô, Alô Brasil"), fez a letra para "Carinhoso" (música de Pixinguinha), dividiu com Alberto Ribeiro e Lamartine Babo - para só citar dois autores - a maioria dos sucessos carnavalescos até os anos 50, adaptou as músicas e diálogos dos filmes de Walt Disney para o Brasil, criou uma série de discos infantis (que até hoje estão vendendo), fez músicas para todas as estações. Enfim, um gênio em sua simplicidade, espontaneidade e amizade. Feliz da vida, vendendo saúde, Braguinha vê, com alegria, o reconhecimento a estas suas oito décadas de presença em nossa vida musical. xxx Jairo Severiano, um cearense apaixonado por música popular, foi quem preparou o livro "Yes, Nós Temos Braguinha" e supervisionou a gravação do disco (ambos deverão estar a venda na loja da FUNARTE a partir da próxima semana). Aposentado do Banco do Brasil, Jairo viu, de repente, aquilo que era hobbie, transformar-se numa fonte extra de renda: a produção de álbuns e textos sobre aspectos de nossa música popular. Fez projetos deliciosos para o SESC-São Paulo/Fundação Roberto Marinho, como a "Memória da Farmácia", "Getúlio na MPB e a Revolução de 1930". Há dois anos desenvolveu o mais caro projeto cultural na área da música: "Caymmi", formado por um livro de arte, com texto de Marília Barbosa e Vera Bonifácio, e dois discos. Agora, para a FUNARTE, coordenou o livro e o disco de Braguinha, seu amigo, aliás há muitos anos. Jairo Severiano está tão integrado à memória da MPB, que se tornou o primeiro dos pesquisadores a aderir à informática. Num moderno computador Apple armazenou informações de seu fabuloso acervo fonográfico - e graças a isto sua produção foi agilizada.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
17
28/03/1987

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