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Aramis

Virtuoses nos teclados

Explêndidos pianistas em gravações primorosas lançadas agora no Brasil : Claúdio Arrau e Alicia de Larrocha interpretando peças de Franz Schubert ( 1797 - 1828 ). Em 1928, ano do centenário de Schubert, Arthur Schnabel, proclamou no " Musical Courier ", em Nova Iorque, que, á exceção de Beethoven, mundo da música não conheceu maior compositor para o piano do que Schubert. Isto não era então, uma verdade corrente e rejeitava uma habitual opinião contrária. " As sonatas para piano de Schubert ", disse Schanabel, " estão entre as maiores de seu gênero; mesmo uma aproximação com as obras primas de Beethovem não pode obscurecer sua beleza ou enfraquecer sua força emotiva ". Cinqüenta anos mais tarde, no sesquicentenário da morte de Schubert, houve um dilúvio de execuções de suas sonatas. E houve, então, a reavaliação que Schanabel previra : as sete ou oito sonatas mais belas de Schubert são presentemente classificadas entre os pináculos da literatura para piano. Agora, a interpretação de um dos monstros sagrados do piano, Claúdio Arrau, temos aquela que é uma das mais belas obras de Schubert : a Sonata em lá maior. D.959, a segunda das três que compôs em 1828, último ano de sua vida.Ensina o musiólogo Joseph Horowitz, que "para aqueles que se ligam ás firmas estruturas e arquitrturas de Beethoven, o método de Schubert só pode parecer frustrante e ambiguo. Os majestosos acordes que abrem a sonata são, certamente, inteiramente convincentes. Mas a passagem seguinte em arpejos e ecolas pode causar perplixidade. À chegadda do segundo tema, o bom mestre do Lied fornece um tema confiante mas longo e desmantela furiosamente. O desenvolvimento. Baseado em um fragmento melódico de última seção da exposição, é um sonho mais do que um argumento ponderado. A coda não é um resumo mas sublimação de majestosa abertura do movimento ". Já com Alicia de Larrocha, temos a oprtunidade de conhecer, a obra imediatamente subsequente a que Arrau gravou: a Sonata para piano em si bemol maior, D 960 - também composta no último ano da vida do compositor. E estas obras do outono na vida de Schubert são mais pungentes " porque representam as últimas palavra de um homem profundamente do seu gênio e também - pois Schubert conhecia com toda certeza a natureza de sua moléstia e seu provável fim - as de um homem que se sabia condenado" ( como ensina o biografo John Reed) É quase como se nas três ultimas Sonatas para piano e no Quinteto de cordas ele tentasse dar uma expressão final à sua visão e as suas premonições da eternidade que para ele formava uma parte essencial desse visão, enquanto ainda havia tempo. Nesta gravação ( London / Decca / Polygram ), além da Sonata D.960, Alicia de Larrocha inclui também a melancólica "Momento Musical nº 6 opus 94 D 780, publicada pela primeira vez em 1828, Trata-se de um minueto trio em si bemol por seu tom de contemplação meditativa e sua afinidade para a ambiguidade total ". Outra vituose dos teclados é jovem e graciosa Cecile Licad ( Manila, Flipinas ), que já gravou alguns discos de muito sucesso para a CBS - inclusive um dedicado a Rchamaninoff com a Orquestra de Chicago regida por Claúdio Abbado ( com a Concerto nº 2 e a Rapsódia sobre um tema de Paganini ), recentemente lançado no Brasil na série CBS Master Works, que Maurício Quadros coordena com tamanha competência. Agora, Cécile Licad volta com um novo LP - desta vez com a Orquestra Folarmônica de Londres regida por André Previn. Neste novo disco, Cécile Licad é delicada e segura intérprete do Concerto nº 2 de Camille Santi Seans, duas obras das mais prestigiadas e queridas do repertório romântico.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
14/04/1985

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