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Aramis

Vale a pena ver "Sonho de Valsa" na telinha?

Antes mesmo de "Sonho de Valsa" chegar a muitas capitais - fora do eixo Rio-São Paulo - a diretora-produtora Ana Carolina comercializou seus direitos para vídeo, através da Pole. Até que ponto isto vai representar uma queda nas bilheterias deste cult-movie que completa a trilogia do maior significado ("Mar de Rosas", "Das Tripas Coração", os anteriores) e nas quais Ana Carolina realizou o mais profundo mergulho em seu próprio universo? Eis uma questão interessante! Vale a pena antecipar-se ao prazer de assitir a um filme com cuidadosa fotografia (Rodolfo Sanches), belos figurinos (Cristina Bernardes) e cenografia apurada (Carlos Liuizi) concebida para a tela ampla, reduzida no vídeo? Até que ponto se perde o impacto de uma história densa, produndamente psicológica, com a neurótica Teresa (Xuxa Lopes), misturando sonho e realidade, das relações afetivas com os homens de sua vida - o irmão Bernardo (Ney Matogrosso, em sua estréia como ator), o pai (Arduino Colassanti, em sua última atuação no cinema), e os amantes Marcos (Daniel Dantas) e Ivan (Paulo Reis)? Tendo sua primeira exibição somente no FestRio-87 - embora estivesse concluído há seis meses - "Sonho de Valsa" provocou polêmicas e discussões e, graças à competente assessoria de imprensa de Rose Carvalho, ganhou o maior espaço na imprensa nacional. Agora, para o lançamento do filme em algumas capitais - inclusive Curitiba, Ana quer aguardar datas para que possam ser exibidos também os outros dois filmes da trilogia - o que complementa (e facilita) o entendimento de "Sonho de Valsa". Entretanto, quem tem pressa, já pode alugar o vídeo. E tirar suas próprias conclusões. xxx Um autor que desafiou muitos cineastas notáveis (como Peter Brooks e Luchino Visconti), que desejavam levá-lo à tela, Proust, teve, finalmente, um dos volumes de sua obra "Em busca do tempo perdido", filmado pelo alemão Volker Scholondorffer: "Um Amor de Swann", de 1985, com roteiro de Peter Brooks, Jean Claude Carriére e Marie Helene Estienne, fotografia de Sven Nykvist e música de Hans-Werner e Henze. Um filme belíssimo. A cenografia de Jacques Saulnier foi preciosa e Yvone Sassinot de Nesle recriou os trajes da época (Paris, final do século passado), neste filme estrelado por Jeremy Irons, Ornella Mutt, Alain Delon, Fanny Ardant e Marie-Christine Barrault, nos papéis centrais. Agora, lançado pela Pole Vídeo, "Um Amor de Swann" pode ser apreciado com vagar - embora sem a dimensão que a tela ampla lhe conferia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
8
25/08/1988

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