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A umbanda na visão de Cantor Magnani

O antropólogo José Guilherme Cantor Magnani, que ocupa uma das coordenadorias da Secretaria da Cultura e Esporte, é pelo visto um jovem que consegue organizar muito bem o seu tempo: é professor da Universidade de São Paulo - por onde doutorou-se, passa longas temporadas em pesquisas na capital paulista (inclusive integrou um projeto patrocinado pelo "Jornal da Tarde") e consegue produzir livros interessantes. Sua tese de doutorado em Ciências Humanas foi editada pela Brasiliense ("Festa no Pedaço: cultura popular e lazer na cidade") e agora está lançando um novo livro - "Umbanda", dentro da série Princípios da Editora Ática (64 páginas, Cr$ 15.000). O livro de Cantor Magnani aparece simultaneamente a "Magia e Pensamento Mágico", de Paula Montero, também professora da USP e que anteriormente já fez um livro sobre o fenômeno da cura mágica na religião umbandista ("Da doença à desordem"). José Guilherme inicia sua análise, buscando captar os antecedentes da Umbanda. Como informa a editora, ele retorna à África de alguns séculos atrás, identificando os traços de origem da umbanda em rituais das nações dos nagôs e dos bantos, que, trazidos para o Brasil, passaram por um processo de síntese e conjugação com elementos do catolicismo popular e das tradições indígenas, dentre outros. A contextualização social e as perseguições sofridas pela umbanda, bem como a linhagem de deuses e de entidades nela encontrada, também são assuntos focalizados neste estudo que se inclui entre outros já existentes capazes de ajudar a compreender a umbanda, expondo suas doutrinas, seus ritmos e examinando os pontos comuns e as diferenças desta manifestação em relação a outros cultos. xxx Também tratando do tema, mas dentro de uma perspectiva que acompanha o debate antropológico de maneira mais ampla, Paula Montero em "Magia e Pensamento Mágico" (60 áginas, Cr$ 15.000) trata a questão da magia como uma forma específica de pensamento, a partir das principais contribuições teóricas que se debruçaram sobre o assunto. Para uma religião de origem afro, absorvida por milhões de brasileiros, dois estudos de antropólogos que buscam dar novas luzes ao seu melhor conhecimento.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
25/01/1986

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