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Aramis

Um pouco mais dos bons tempos de 24

Não só o advogado e poeta Octávio de Sá Barreto, mas muitos outros dos alegres meninos de 1924, citados em nosso registro sobre as reprovações do Gymnasio [Ginásio] Paranaense, do relatório que o secretário geral do Estado, Alcides Munhoz, encaminhou ao então governador Caetano Munhoz da Rocha, se manifestaram em relação àquela fase - para muitos já quase esquecida. Por exemplo, o médico Waldemar Monastier, 69 anos, um dos pediatras mais estimulados e conhecidos de Curitiba - em 1924, aluno do 1.º ano do Gymnasio [Ginásio] Paranaense, reprovado em 1.º e 2.º época pelo professor Álvaro Pereira Jorge, lente de << Arithmética >> e << Álgebra >>, comentava, na quinta-feira, durante a inauguração, da Sala Miguel Bakum, a razão pela qual não só ele, mas tantos outros alunos do estabelecimento eram reprovados: a inexistência de prova oral. << Os exames eram escritos, e quem cometesse um mínimo engano, acabava recebendo zero >>. Só com a reforma do sistema de exames, iniciativa do ministro Rocha Vaz, da Educação e Cultura, houve condições de serem alternadas as provas. << Se não fosse isso, eu jamais teria saído do ginásio >> diz Monastier, quer, como pediatra, atendeu a várias gerações de curitibanos. Hoje, aposentado, Monastier dedica se à pintura, trabalhando atualmente num estudo sobre a tela << O Parque >>, de Antônio Silva Parreiras (1860-1937), pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes. Aproveitando o fato desta preciosa tela ter vindo a Curitiba, na mostra que a Coordenadoria do Patrimônial Cultural promove no hall do Teatro Guaíra, Monastier tem passado horas defronte o quadro - pintado em 1914 - procurando entender melhor o seu estilo, que tanto o impressionou desde quando o viu, pela primeira vez, no MNBA. Monastier, aliás, sempre gostou de pintura e desenho. Recorda que o professor Pedro Martinez, também rigoroso no Gymnasio [Ginásio] Paranaense, não se limitava a parte estética: suas aulas extrapolavam para outros setores, especialmente moral e cívica. << Uma vez, diz Monastier, inflamado, o professor Martinez gesticulou tanto, que a caneta com pena, que tinha na mão, escapou das mãos e foi cravar-se no teto da sala. E ali ficou por muito tempo, quase como um símbolo >>. *** A repercussão em torno da séprie de observações que extraimos do relatório de 753 páginas, que há 56 anos o secretário Alcides Munhoz encaminhou ao governador Munhoz da Rocha, foi tanta que vamos utilizar mais algumas informações, deste precioso documento. Hoje, ainda na área do ensino, uma, parte do relatório do professor Lysimaco Ferreira da Costa, que dirigia também a Escola Agronômica do Paraná e patronato Agrícola, que tinha um, campo de ensino prático no Bacacheri. Com 48 alunos no primeiro ano. 14 no 2.º e apenas 6 no terceiro a Escola sofreu as conseqüências da revolução de 1929. Dizia o professor Lysimaco em seu relatório: << Em conseqüência do movimento sedicioso de São Paulo, manifestado em julho passado, mais de 20 alunos deixaram a Escola, afim de acompanhar as unidades do Exército a que pertenciam e que foram mobilizadas. Eram sorteados ou inferiores do Exército: todos eles freqüentando o curso de Agronomia, se destinavam à Escola de Veterinária do Exército, que já em annos anteriores tem recebido do Paraná grande contingente de candidatos. Esses alumnos [alunos] não puderam comparecer aos exames finais do curso, sendo justo que lhes faculte uma época especial, conforme já solicitaram, afim de que não sejam mais prejudicados nos estudos >>. Um dos 48 alunos do primeiro ano da Escola Agronômica do Paraná era Biruta Dergint Ravicz, que apesar do prenome foi aprovado em 2.º lugar, com excelentes notas. Já no 2.º ano, a cadeira de agricultura geral reprovaria dois alunos: Sebastião Saporski Netto e Edmundo Campos. Entre os professores da Escola, em 1924, estavam Plinio Alves Monteiro Tourinho. João Cândido Ferreira Filho, Frederico Perracini, João Barcelos, Hugo Oswaldo Riedel. Adolar de Hegreville Hitz e o próprio Lysimaco, que ensinava << física agrícola >>: mineralogia, meterologia e geologia agrícola. *** O Museu Paranaense, dirigido por Romário Martins, foi visitado em 1924 por 5.342 pessoas, contra 4.834 do ano anterior. Entre as doações recebidas pelo Museu, Romário Martins salientava os que pertenceram ao coronel Telêmaco Morosini Borba. Já o general Pedro I Labatut doou 10 espingardas, uma das quais, << de pederneira >>, que pertenceu ao bandeirante Antônio Ribeiro Machado (1795), povoador do Tibagi, << e uma espingarda sem justificação dada como tendo pertencido a Lord Byron >>. FOTO LEGENDA - Monastier
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
25/05/1980
preciso de uma ou 2 fotos da Escola Agricola Lysimaco F. da Costa se possivel do ano 1964/66 ( se não tiver serve mais mpderna) da frente e de dentro para ilustrar este texto; http://www.overmundo.com.br/banco/pequenas-historias-pequenas-licoes-por... Podes me conseguir? sabe de alguem que possa? Grato pela consideração! Renato

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