Um encontro inédito para os "trilheiros"
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de outubro de 1987
Um documento preciso, direto e necessário, contendo em apenas 15 linhas, a síntese de mais de três horas de debates, foi elaborado no final da tarde de quarta-feira, 7, e, entregue ao secretário René Dotti, da Cultura - promotor da I Mostra do Cinema Latino-Americano do Paraná - deverá ser por ele encaminhado ao ministro Celso Furtado, da Cultura.
No texto objetivo, os compositores Remo Usai, Sérgio Sarraceni, José Luiz Pena, Sérgio Ricardo e Marinho Gallera - participantes da mesa-redonda sobre "A música no cinema brasileiro", externam sua preocupação por vários aspectos relacionados a situação do compositor que produz música para as imagens em nosso País.
Sem entrar em detalhes - o que deverá ser feito em outra ocasião, talvez, num seminário ou encontro específico da categoria - os compositores que, pela primeira vez, reuniram-se em Curitiba, para a discussão da música do cinema, chegaram a conclusões imediatas: a espoliação que sofrem em seus direitos autorais na exibição dos filmes, comercialização na televisão e tape e outros meios de veiculação; a ausência de discos com trilhas sonoras de filmes brasileiros - ao contrário do que acontece nos EUA e Europa (países em que praticamente todos os filmes são acompanhados de lps com suas sound tracks); o alto custo da produção de uma trilha, inclusive com Tabelas maiores exigidas pelo Sindicato Profissional dos Músicos do Rio de Janeiro e São Paulo, que estipulam em 300% a mais a taxa de sessão, quando se grava uma trilha. Com isto, o mercado fica reduzido e os compositores para cinema tem que recorrer a formações mínimas de instrumentistas - reduzindo possibilidades artísticas em seu trabalho.
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