Trapalhões disputam público com os Caça-Fantasmas e Viagens ao Futuro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de dezembro de 1989
"Os Trapalhões na terra dos monstros", desde ontem em lançamento nacional (em Curitiba, cines São João, Lido II e Itália) deverá permanecer dois meses em cartaz, com casas lotadas. O mesmo esquema de cinema descompromissado, juntando-se a Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias, outros nomes popularizados pela televisão - como a ninfeta Angélica, o cantor Conrado, a top model Vanessa de Oliveira, Gugu Liberato, grupo Dominó, mais Benjamin Cattan e a veterana Gerogia Gomide.
Desta vez a direção é de Flávio Migliaccio, bom ator, cuja sensibilidade no trato de temas infantis resultou, anos atrás, no interessante "Aventuras com o tio Maneco".
Na batalha das telas deste final de ano, Os Trapalhões enfrentarão respeitáveis peso-pesados, todos com pretensões de atingirem elevadas bilheterias e cruzarem os meses de dezembro e janeiro em cartaz. De princípio, há duas continuações de comédias que deram certo em 1987/88, e que chegam cercadas de intensas promoções: "De Volta ao Futuro - II parte", de Roberto Zaemeckis, produção de Steven Spielberg (cines Condor e Lido I) e "Caça-Fantasmas 2", de Ivan Reitman (Plaza).
Tanto "De Volta Para O Futuro - II parte" como "Os Caça-Fantasmas - 2" são comédias que atingem tanto o público infanto-juvenil como os adultos. A rigor, pouca coisa muda nestas duas seqüências: os mesmos diretores (Zackermann, aliás, rodou já a segunda e terceira parte de "Back to future", garantindo assim a seqüência que chegará às telas no natal de 1990) e Ivan Reitman conseguiram reunir inclusive os mesmos elencos.
PARA ADULTOS - Para quem tem mais de 14 anos - o que já, em nossos tempos, configura uma posição de "adultos", há lançamentos variados: desde o retorno da violênca de "Stallone-Cobra", de Pan Cosmotos, com Sylvester Stallone - numa cópia nova, sem os cortes impostor quando o filme aqui foi lançado há quase três anos - até filmes de nível artístico - como o ótimo "A Insustentável Leveza do Ser" de Lawrence Kasdan (cine Palace Itália) e o comovente e de visão obrigatória "Que bom te ver viva", de Lúcia Murat (cine Ritz).
Enquanto o bom Thrilling "A Faca de Dois Gumes", de Murilo Salles, premiado com 4 Kikitos em Gramado-89, prossegue em exibição nos cines Luz e Guarany, no Groff retorna um filme que, com toda certeza, estará entre os 10 melhores de 1989: "Os Vivos e os Mortos", 1987, último filme que o grande John Huston realizou, com base num conto de James Joyce, da antologia "Os Dublinenses". Uma obra-prima, introspectiva, profunda e que traz Anjelica Huston, filha do cineasta, numa interpretação maravilhosa. Um filme de revisitação obrigatória, pois embora esteja a disposição em vídeo, não se compara ao prazer de vê-lo na tela ampla.
Para quem gosta de levar sustos, no Bristol chegou "Terror a bordo", com elenco de nomes desconhecidos mas que sugere momentos de suspense. "Batman" continua ao menos mais uma semana no Astor, onde amanhã haverá pré-estréia, às 22h, de "O Segredo do Abismo", de John Cameron, outro filme de pretensões a grande bilheteria.
LEGENDA FOTO - Daniel Day-Lewis e Juliete Binoche em "A Insustentável Leveza do Ser", filme ótimo.
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