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Aramis

Sony chega com o melhor da tecnologia clássica

Os japoneses chegaram musicalmente. Adquirindo há dois anos a CBS, a poderosíssima Sony chega ao Brasil, incorporando a poderosa pioneira Columbia (depois CBS), a mais tradicional marca da fonografia, fundada nada mais, nada menos do que por Thomas Alva Edison (1847-1931) - o (ou um dos) inventor(es) do primitivo phonographo. Poderoso grupo, a Columbia nos Estados Unidos a CBS, na Inglaterra e a EMI (que aqui é ligada a Odeon) biograficamente data de janeiro de 1889 o seu primeiro catálogo - de gravações cilíndricas - saiu em 1891, portanto, há exatamente cem anos. Ao longo deste século, muitas fusões e transformações - a mais recente das quais foi a sua venda aos japoneses. Organizadamente, a Sony viu a indústria (assim como sua atuação em outros setores de entretenimento cultural) como mais uma forma de ampliar sua presença mundial e longe de reduzir as atividades está se ampliando e se adequando a novas tecnologias que, neste final de século, transformam a industria cultural. Assim, a antiga divisão de música clássica - um dos pontos fortes da CBS - virou Sony Classical, com sua sede agora em Hamburgo, coordenando todas as atividades de música clássica "da qual dará prosseguimento ao alto padrão de música e de áudio da CBS Masterworks ao mesmo tempo em que ressalta a imagem do catálogo com as novas edições de um selo novo", como consta de seu luxuoso kit de apresentação. O presidente da Sony Classical é um dos mais experientes record-man da área, Gunther Breest, que buscou cinco executivos de idêntico padrão para dirigir os departamentos principais: Christer Almqvist (Finanças e Administração), Olympia Gineri (Artistas e Repertório), Renato Rezzonico (Operações Técnicas e Produções), Udo von Stein (Assuntos Legais e Comerciais) e Ervin R. Veg (Marketing). O grande elenco - Dispostas a dividir o mercado internacional de música erudita - hoje em igualdade de condições com o selo Deutsch Grammophon (aqui distribuída pela Polygram), a Sony Classical tem um elenco "all star" e basta citar alguns nomes para mostrar o seu poder de fogo: maestros Pierre Boulez, Cláudio Abbado, Carlo Maria Giulini, Carlos Kleiber, Lorin Maazel e Zubin Mehta. Na área dos instrumentistas, desde monstros sagrados que circulam entre o jazz e o clássico - o pistonista Wynton Marsalis ou o flautista Jean Pierre Rampal - até nomes como Claude Blaude Bolling, grande parte do acervo de Vladmir Horowitz, Bob James, as irmãs Katia e Marielle Labéque, Isaac Steirn, a cantora neozelandesa Kiri Te Kanawa. De orquestra e grupos de câmara, com maestros notáveis, é um verdadeiro who's who, incluindo os regentes já falecidos Karajan e Bernstein, a contemporaneidade de Pierre Boulez - enfim, um não acabar de estrelas. Tecnologicamente, up to date: as gravações da Sony Classics vem em compact-disc e também na mais recente evolução, o Digital Audio Tape (DAT), fita digital de áudio, um cassete com a qualidade do CD. O projeto mais ambicioso é dedicar especial atenção a gravações de vídeo de música clássica e começa com o legado musical de Herbert von Karajan (1908-1989). Afinal, foi desejo expresso do mais famoso regente contemporâneo que houvesse uma completa edição visual de suas melhores execuções, e assim, há 8 anos, ele começou a gravar sob sua supervisão pessoal, produções especiais de vídeo onde o som e a qualidade da imagem, atendiam aos seus rigorosos padrões artísticos. Detendo direitos exclusivos de vídeos domésticos num total de 45 dessas gravações (nenhuma delas até agora exibidas), elas serão gradativamente editadas em videodisco (possivelmente introduzindo o lançamento em termos comerciais no Brasil), por esta nova marca, entre 1991/93. Ou seja, neste finalzinho de século, as novas gravações que a Sony Classical trazem transcenderão as fronteiras da tecnologia convencional ainda em uso quando Karajan e alguns outros all stars, já falecidos, fizeram suas gravações. Dezenas de obras já estão sendo gravadas em vídeo de alta definição, e, entre elas, programadas para edições em 1991, estão a Quarta Sinfonia de Bruckner, sob a regência de Sergiu Celibidache e um recital de piano de Murray Perahia em Akieburgh; Daniel Baremboim regendo Itzhak Perlman, Isaac Sterm, Yo-Yo Ma, Emanuel Ax, Cho-Liang Lin e as irmãs Labéque. Enfim, o universo (e o paraíso) sonoro foi atingido. LEGENDA FOTO 1 - Abbado, regente. LEGENDA FOTO 2 - Baremboim, regente. LEGENDA FOTO 3 - Jean Pierre Rampal, flautista. LEGENDA FOTO 4 -Mehta, regente. LEGENDA FOTO 5 - Rostropovitch, violoncelista. LEGENDA FOTO 6 - Maazel, regente.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
5
17/02/1991

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