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Aramis

Sady, o pitagórico

O ator Sady Cabral, 71 anos, que ontem à noite, no auditório Glauco Flores de Sá Brito deu a aula inaugural do Curso Permanente de Teatro, antecipou sua chagada em Curitiba para o sábado. Preferiu vir antes para, com calma, fazer um roteiro familiar-sentimental, que há mais de 30 anos aqui pretendia cumprir. E assim, no domingo, após almoçar com seus primos, da família Guttiereza, o veterano ator foi ao Instituto Neo-Pitagorico, no Templo das Musas, na Vila Isabel. *** Há 39 anos passados, Sady Cabral, alagoano de Maceió mas criado no Rio de janeiro, residiu um ano em Curitiba, morando na casa do professor Dario Velozo, no mesmo local onde existe o Templo das Musas. Ali, trabalhando como uma espécie de secretário e discípulo do fundador do Instituto Neto-Pitagórico, Sady teve um reencontro espiritual, uma definição de vida que lhe traria calma e discernimento para, voltando ao Rio, reiniciar uma carreira artística das mais proveitosas. Hoje, com 53 anos de vida profissional, Sady já conta com mais de mil peças em que atuou, 51 filmes, uma dezena de marcantes trabalhos na televisão (o último dos quais foi o personagem Menelau, na telenovela "Duas Vidas"), além de, como letrista, ter sido parceiro de Custodio Mesquita em dois clássicos da MPB: "Velho Realejo" e "Mulher". *** Solteirão convicto, poliglonia (fala 6 línguas e estuda agora o grego), Sady Cabral reside há 20 anos num hotel em São Paulo, de onde só sai para fixos contratos profissionais: acabou de fazer há pouco o filme "Chuvas de Verão" , dirigido por Cacá Diégues e agora fará uma nova telenovela, para a TV-Tupi, intitulada "As Lobas", modernização de uma das mais densas tragédias de Shakespeare - "Rei Lear" . Espiritualista, ex-kardecista praticante, Sady Cabral revela estórias interessantíssimas sobre o seu encontro com o Neo-Pitagorismo, ocorrido há mais de 40 anos e que o levou, em 1929, a interromper sua carreira e ficar em Curitiba, então uma pequena cidade, de vida calma. Por um ano, como discípulo de Dario Velloso. Domingo, na bucólica tranqüilidade do Templo das Musas, cercado de árvores que resistem a especulação imobiliária naquela zona da cidade, Sady esqueceu os palcos, as câmaras e voltou a ser apenas o jovem neo-pitagórico de sua mocidade.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
07/03/1978

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