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Aramis

Reedições

Necessitando formar um catálogo vigoroso para disputar, como pode, o mercado nacional, a Ariola está fazendo múltiplo lançamento. E para alegria de quem curte a música dos bons tempos, aparecem também reedições há muito aguardadas, com cantores que marcaram época ao lado de álbuns de big-bands (como as Artie Shaw, Benny Goodman etc.), de uma fase das mais prósperas, em termos musicais, nos EUA. Assim temos na série "The Best of", álbuns com Dick Haymes e reunindo Billie Holiday e Ella Fitzgerald. Dick Haymes falecido aos 61 anos, a 28 de março último, vítima de cancer, nasceu em Buenos Aires, mas jovem ainda emigrou para os EUA. Sua carreira teve projeção ao substituir Franck Sinatra como vocalista da orquestra de Harry James, onde permaneceria por vários anos, até substituir, novamente a Sinatra, na banda de Tommy Dorsey (1905-1956). Em 1943, em "Du Barry Was A Lady", Dick apareceu pela primeira vez num filme, sendo que, ao longo de sua carreira, faria 35 fitas, aparecendo como cantor em quase todas. Casou-se sete vezes incluindo as atrizes Joanne Dru (1941/1950) e Rita Hayworth (1956). Apesar de sua longa carreira e uma voz perfeita, só agora, com sua morte, saí este seu álbum no Brasil, onde, acompanhado por orquestras regidas por Victor Young (1900-1956) e Gordon Jenkins, interpreta músicas maravilhosas como "The More I See You", "I Wish I Knew", "Where On When", "Laura", "You' ll Never Know", "Comme Ci, Comme Ca", "It's Magic", "Ol' Man River", "Here's To My Lady" e "Room Full Of Roses". Há alguns meses a CBS, em sua série de jazz, colocou na praça, mais um elepe de Billie Holiday (1915-1959), para nós a melhor cantora americana em todos os tempos. Infelizmente, da imensa discografia de "Lady Day", não passa de seis ou cinco discos editados no Brasil, fazendo com que seus fãs tenham que recorrer aos álbuns, importados. Por isso é lamentável que a Ariola, dispondo do catalogo da MCA (ex-Decca), reúna Billie e Ella num único álbum, quando cada um dispõe de material para inúmeros elepes-solos. De qualquer forma, vale como uma amostra de quanto há de bom na música americana para ser conhecida. Com Billie, aqui temos "You Better Go Now", "No Good Man", "Please Tel Me How", "Guilty" e "Baby, I Don't Cry Over You", em registros feitos entre 1945/46, acompanhadas pelas orquestras sob regência de Bob Haggart, Bill Stegmeyer, Gordon Jenkins e John Simmons. Já com Ella Fitzgerald, gravações feitas em março de 1954: "Until The Real Thing Comes Along", "People Will Say We're In Love"(do musical "Oklahoma", de Rodergrs/Hammerstin), "I'm Glad Theres Is You" (de Paul Madeira/Tomy Dorsey, com solo de Ellis Larkin ao piano) e dois clássicos de todos os tempos: "Imagination" (Jimmy Van Heusen/Johnny Burke) e "My Heart Belongs To Daddy" (Cole Porter). Que a Ariola continue esta série. É a esperança.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal da Música
31
24/08/1980

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