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Aramis

Poty, as imagens & a cidade

Um dos melhores presentes que Poty já recebeu em sua vida foi a placa do antigo "Buraco do tatu", bar de tantas estórias que desapareceu quando o ex-prefeito Ivo Arzua alargou a Rua Marechal Floriano, em seu trecho, Praça Tiradentes Rua XV de Novembro. Poty ganhou a placa do arquiteto Jayme Lerner, que foi descobri-la no Bairro das Mercês para onde o "Buraco do Tatu" transferiu-se, mas sem o mesmo folclore de antigamente. Agora, ela está como um dos mais valiosos troféus no apartamento-museu de Poty e Célia, no Flamengo-GB, que tem em obras de arte o que poucos museus deste País possuem. Xxx Calado pela própria natureza, Poty se transforma quando o interlocutor fala de dois assuntos: bangue-bangue dos anos 30 e coisas da Curitiba do tempo em que ele usava calças curtas. E foi com esta isca que o homem-de-TV Valêncio Xavier transformou-se num dos grandes amigos do bom Poty, resultando então uma série de desenhos sobre a nostálgica Curitiba das lendas, dos fantasmas e das carroças das polacas. Xxx Muita água correu por baixo da ponte do poder até que os desenhos de Poty e os textos de Valêncio pudessem ganhar forma de livro. Houve palpites, problemas e aborrecimentos, mas o fato é que a obra está pronta e hoje estará sendo autografada por Poty e Valêncio, que apesar de inimigos de formalidades (alguém já os viu de gravata?) estarão a partir das 21 horas, na nova sede da Fundação Cultural de Curitiba, na Praça Garibaldi, número sete. Xxx Imagens de uma cidade desaparecendo, o livro de Poty (com palavras de Valêncio) se constitui talvez no mais importante acontecimento editorial, neste Estado tão pobre de bibliografia. Mais do que desenhos e textos, uma visão de amor & nostalgia desta mui leal Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, que para sua felicidade, aqui viu nascer Napoleão Potiguara Lazarotto, do Bairro do Capanema, em 31 de março de 1921 - Poty - daquela categoria de homens em franca extinção neste ofidiário nosso de cada dia: os bons caracteres. LEGENDA FOTO 1 - Poty.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
14/03/1975

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