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Aramis

Os "Oscar" de Delcy

Delcy D'Avila é uma mulher dinâmica. Atriz com uma travessia humilde que, ao lado do marido, o veterano Edson D'Avila, começou nos duros tempos em que trabalhava em circos e pavilhões do Interior do Rio Grande do Sul, ela jamais parou. No palco ou no picadeiro - em teatros luxuosos ou humildes circos de todos esburacados - junto com toda uma geração de artistas populares, sempre respirou o gosto de teatro. Depois de se fixar em Curitiba, tem ajudado o orçamento familiar numa multiplicidade de atividades - desde a habilidade como costureira, comandando, por exemplo, um batalhão de mulheres que fez os trajes de superproduções tupiniquins, como "Paraná, Terra de Todas as Gentes" ou do calamitoso "Telêmaco", até a sua simpatia, numa experiência que com Edson teve ao explorar uma mercearia no bairro de Carmela Dutra. A casa, os filhos, o trabalho, nunca a fizeram afastar-se da classe e foi assim que há, 3 anos, estimulou a criação da Associação Profissional dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado do Paraná, que instituiu o troféu "Gralha Azul", destinado a 15 profissionais do teatro paranaense, em diferentes categorias. Embora seja muito difícil apontar os melhores num panorama raquítico como foi da temporada agosto 76/agosto 77 - e com o problema do próprio juri não ter assistido a todas as peças, Delcy, afinal, conseguiu um consenso, através de opiniões pessoais, colhidas junto a jornalistas e simples espectadores, que julgou com condições de fazer as indicações. Conseguiu que um amigo de muitos anos, o gaúcho Hermes D'Aquino, hoje em projeção com sua "Nuvem Passageira", viesse fazer um show e assim, amanhã a noite, no Guairão, teremos a festa da "Gralha Azul". A maneira hollywoodiana, Delcy só vai anunciar os nomes dos premiados em cada categoria à noite e para tanto distribuiu mais de 600 convites a classe teatral. Assim, com os concorrentes - todos que participaram de encenações profissionais nos últimos 12 meses, em nosso Estado - presentes, entre eles sairão os destaques. Nos dois anos anteriores, a festa foi modesta. Agora cresceu, com melhor estrutura. E será uma (tentativa) confraternização da difícil classe teatral do Paraná - num esforço bonito de Delcy D'Ávila.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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14/08/1977

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