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Aramis

Os filmes nos livros

Famoso no movimento da Nouvelle Vague com o escandaloso (para a época, 1958) - "Os Amantes" (com Jeanne Moreau no auge de sua beleza), Louís Malle, 53 anos, dirigiria em 1960 uma comédia extremamente criativa e original - mas tão inovadora que jamais teve exibições nos Estados Unidos (ao contrário de seus outros filmes): "Zazie dans le Metro". Com Catherine Demongeot e Philipe Noiret. "Zazie no Metrô" era uma comédia inspirada sobre uma garota pré-adolescente que chegando a Paris para passar dois dias na casa do tio vê frustrado o seu maior sonho: andar de metrô. Uma greve paralisa os trens. Mas sua curiosidade a leva a envolver-se numa série de aventuras cuja grande comicidade era acentuada pelas brincadeiras verbais - contidas no romance de Raymond Queneau (1903-1976), que inspirou ao filme - e razão de sua dificuldade de entendimento por um público fora da França. Agora, 25 anos após o filme ter sido realizado - e 30 após a publicação do livro, Irene Monique Harlek Cubric fez uma inteligente tradução de "Zazie no Metrô", que a Rocco, na linha de publicação avançadas introduzida por seu diretor editorial, Gustavo Barbosa, acaba de lançar. Um romance inteligente, fascinante - e que compensa a ausência do filme de Louís Malle. A mesma Rocco lançou em livro (116 páginas, Cr$ 17.500) a adaptação que o cineasta Ipojuca Pontes fez para o cinema da peça "Pedro Mico" de Antonio Callado (1957). O filme - já levado aos festivais de cinema do Rio e Brasília - chegará em breve nas telas. Estrelado por Tereza Rachel e Pelé, "Pedro Mico" - Uma Lição de Malandragem" tem a linha social de toda a obra de Antonio Callado. A publicação do roteiro é importante, já que normalmente os trabalhos desenvolvidos para a tela permanecem inéditos. xxx Uma proposta diferente é "Além da Paixão" (134 páginas, Cr$ 15.900): um livro com a versão literária de Antonio Calmon do roteiro feito para o controvertido filme de Bruno Barreto, exibido hors-concours há um ano, no encerramento do I FestRio - e ainda inédito em Curitiba. Roteirista experiente, Calmon (também cineasta com vários títulos), fez um interessante trabalho, transpondo para a linguagem literária o que havia sido escrito em linguagem cinematográfica. O resultado é este livro denso, atraente, de capítulos curtos, escritos de tal forma que inspiram o leitor a continuar sempre para acompanhar o que vem a seguir.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
37
03/11/1985

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