Os batedores das BRs
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de julho de 1977
Até o final da década, supercarretas transportando cargas de até quase 500 toneladas estarão transitando pela BR-277, entre Paranaguá-Foz do Iguaçu, levando máquinas para Itaipu. E com isso não só as pontes terão que ser reforçadas - dentro de um programa já com os projetos em andamento, como se estimulará um novo tipo de empresa de prestação de serviços: motoristas- batedores, especialmente treinados para esse trabalho, que até há pouco era feito, com exclusividade, pela Polícia Rodoviária Federal.
xxx
Em Curitiba já está funcionando a primeira empresa de motoristas-batedores, a Segurtec, pertencente a Thadeu Grecca, empresário que soube ver longe e já conta com uma dezena de veículos especialmente equipados para essa especialização de transportes. O DNER exige que os caminhões que transportam cargas que excedam as medidas normais (largura de 3 mts. E cumprimento de 25 mts) só transitem pelas BRs precedidos de veículos-batedores. Esse serviço vem sendo feito por empresas especializadas, com motoristas treinados pela própria Polícia Rodoviária.
xxx
Embora o movimento de caminhões com grandes cargas nas BRs do Paraná esteja previsto a partir de 1978, em especial na BR-177, já há alguns meses a Segurtec vem fazendo esse tipo de serviço. Suas Belinas, equipadas com faróis especiais, extintores de incêndio e outros instrumentos de segurança, tem comboiado caminhões com cargas extras a vários Estados. A velocidade mínima e a paciência é fundamental nestes motoristas. Basta dizer que um caminhão levou nada menos do que 32 dias para transportar uma carga dificílima de Curitiba até Belém do Pará. Também a velocidade jamais ultrapassou 25 km/h. De Paranaguá ao canteiro de obras de Itaipu, já é comum os carreteiros levarem de 7 a 10 dias para o transporte de pesadas cargas.
Enviar novo comentário