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AUGUSTO RODRIGUES, 67 anos, um dos nomes mais importantes das artes plásticas no Brasil, chega hoje, em seu automóvel,. Decidiu antecipar sua vinda para poder conhecer melhor a cidade, onde vem a convite de dois amigos, os artistas Jair e Susana Lobo, para fazer uma mostra no Museu Guido Viaro e trocar idéias sobre a pintura, a importância das escolas de arte para crianças, da qual foi o introdutor no Brasil e rever alguns amigos que aqui residem. No Cine Condor, há 5 dias, está em exibição << O Mundo Mágico de Augusto Rodrigues >>, curta metragem de Araken Távora (que esteve ontem na cidade) focalizando a sua obra. Há 17 anos, quando de uma mostra de Augusto Rodrigues no Museu de Arte Moderna-RJ, o crítico Flávio de quilo, iniciava sua apresentação com um texto que, continua atual e merece ser repetido: << Há 50 anos Augusto Rodrigues nasceu em Recife, há mais de 30 se entrega, incansavelmente, às mais diversas atividades artísticas, primeiro como caricaturista, depois como desenhista, estimulador de vocação, colecionador de arte e reformulador do << ensino >> artístico para crianças. Todas essas atividades, mesmo as mais desinteressadas, foram feitas na medida do homem, sem deixar de levar em conta que a arte participa de um contexto social. Para ele, fazer e viver arte de confundem >>. NORMA BENGUEL é uma mulher de ação e coração,. Por isso enviou-nos simpática carta, onde defende as razões porque sua colega. Ana Maria Magalhães, exigiu Cr$ 80 mil para vir à Curitiba ajudar na promoção de << Os 7 Gatinhos >> (cine São João 3.ª semana). Como o produtor não aceitou a imposição. Ana Maria não veio, sendo substituída por Thelma Reston Norma diz que << Ana havia pedido a quantia irrisória de Cr$ 80 mil. Irrisória porque Ana Maria é uma das atrizes de maior prestígio do nosso cinema e ajuda, com a sua beleza e talento, a fazer o cinema brasileiro. É uma atriz que trabalha em favor de nossa cultura e é, sobre tudo, uma mulher consciente e mãe de 3 filhos. É claro que nestas produções ditas milionárias o produto sempre fica rico e nós atores, nunca. Nos expomos, fazemos quase tudo que os diretores pedem e quando questionamos algo que pensamos que é errado, ou melhor que está errado, somos << queimados >> da seguinte forma: << Fulana é difícil >>, << é cara >>, << cria problemas >>. E não somos nós, atores que criamos problemas, não! O problema está criado há vários anos, causado pelas injustiças sócias que nós também somos vítimas. Vejamos, se já não era para atrizes tipo Ana já terem independência econômica com o Know-how que ela tem. As produções devem pegar, sim, pois nós fazemos a propaganda, levamos públicos, e mesmo com a regulamentação da nossa profissão assinamos seção de direitos e eles ficam cada vez mais ricos >>.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
06/05/1980

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