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Aramis

O vídeo & a Imprensa

Durante a tarde de sexta-feira, no auditório Brasílio Itiberê da Secretaria da Cultura, meia centena de jornalistas, entre os quais alguns dos mais representativos críticos e editores da área, em termos nacionais, analisaram o espaço que o cinema e o vídeo vem conquistando na imprensa. O boom do vídeo provocou a volta do interesse público pela sétima arte, que durante anos não tinha, no Brasil, uma única publicação regular. "Cinemin", pioneira publicação cuja primeira série foi lançada há 40 anos, pelo sempre pioneiro Adolfo Aizen, retornou há 3 anos, numa quinta série e graças ao entusiasmo do diretor da EBAL, Fernando Albagi, vem crescendo cada vez mais. Agrupando colaboradores do primeiro nível, especialmente voltados a pesquisa e informações do cinema do passado, a sua circulação só tem aumentado - e uma equipe de jovens também cobre vários assuntos. Ricardo Cota, por exemplo, veio a Curitiba, acompanhar a Mostra do Cinema Latino-Americano, como há um mês esteve em Fortaleza, no II Festival do Cinema Brasileiro de Fortaleza. José Augusto Iwersen, 40 anos, curitibano, fundador do Cine Clube Pró-Arte, pioneiro do cinema de arte (Pró-Arte) e do Super 8 entre nós, edita hoje várias publicações de cinema em São Paulo - cidade na qual a "Vídeo News" implantou-se com força total. A poderosa Abril também se voltou para o setor, editando a "Set", com excelente apresentação, enquanto que Roberto Suplicy bancou a "Vídeo & Fotogramas", tendo como editor José Eduardo Mendonça. O goiano Hermes Leal começa a colher os frutos de sua persistência, vendo "Cisco", produzida em São Paulo, emplacar. Pena, apenas que a rapaziada gaúcha do "Moviola" não tenha conseguido dar maior regularidade a esta publicação. Em Campinas, Oceano Vieira de Melo edita o "Jornal do Vídeo", atingindo expressiva circulação e robustas edições de até 80 páginas. Em Fortaleza, o crítico Pedro Martins Freire - jornalista, aliás, presente a mesa-redonda de sexta-feira - edita a "Vídeo Informática", suplemento do "Diário do Nordeste", chegando agora ao seu número 34. Apenas dois exemplos, entre tantos outros do fortalecimento de uma área jornalística - naturalmente com amplas possibilidades - que só tende a crescer, beneficiada inclusive pelo saneamento do mercado. Isto porque, sendo agora as cópias piratas proibidas, tanto os distribuidores como as locadoras terão que, cada vez mais, divulgar seus produtos - despertando o interesse da clientela por títulos que, normalmente, seriam desprezados se a concorrência desleal (e desonesta) da produção alternativa (sic) prosseguisse. A propósito, os investigadores contratados por duas poderosas empresa prejudicadas por piratas do vídeo, estão com dados interessantíssimos sobre alguns gananciosos proprietários de locadoras da cidade que ainda insistem em comercializar vídeos piratas. Nos próximos dias, estes cidadãos poderão estar nas manchetes policiais.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
19
11/10/1987

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