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Aramis

O velho Cocker retorna sem precisar a ajuda dos amigos

Enquanto no Brasil, os grandes nomes da música do passado são esquecidos precocemente - e só graças a idealistas como Leon Barg é que tantos valores da época de ouro podem ser ouvidos em CDs - no próprio mundo do rock, tão mutável em seu consumismo, veteranos tem sua vez. Mais um exemplo disto é o elepê "Night Calls" (Emi/Capital), que marca o reaparecimento de Joe Cocker (John Robert Cocker, 20/05/1944, Sheffield, Inglaterra), que 32 anos após ter formado sua primeira banda, andava meio esquecido apesar de ter fornecido ao mundo pop um dos maiores sucessos dos anos 60 ("With a Little Help from My Friends"). No recente "Commitments", um filme sobre a formação de uma banda pop que fracassa por problemas internos, Alan Parker desenvolveu no vocalista um personagem que lembra muito Joe Cocker que ao gravar o seu primeiro elepê o recheou de blues temperados pela guitarra de Jimmy Page, na época em transição entre o esfacelamento dos Yadbirds e o surgimento do Led Zeppelin - como registrou o crítico Jimmy Joe ("O Estado de São Paulo"). Cocker, que em janeiro esteve no Rock in Rio, neste seu "Night Calls" - com uma belíssima capa criada por Ana Juan - traz uma mostra de que, apesar de altos e baixos, sua carreira vem resistindo. A abertura é com "Love is Alive", no qual os teclados estão a cargo de Chris Saiton, seu companheiro de estrada desde os tempos da Inglaterra. Já em "Little Bit of Love", é o tecladista Greg Philinganes, habitual acompanhante de Eric Clapton, que dá o apoio melódico. Para quem soube valorizar "With a Little..." (que Ringo Star cantava de forma banal no histórico elepê "Sgt. Pepper's Lonely Hearts"), num marco de música pop, Cocker tenta repetir (sem muito êxito) com outra canção dos Beatles, "You've Got to Hide Your Love Away". Enfim, para os fãs do velho roqueiro, um lançamento bem acabado. xxx "Heart" e um novo grupo que tem Ann Wilson como líder e que descrevendo seu novo elepê ("Rock the House Live!", EMI/Odeon) disse que "ele foi feito para mostrar que o "Heart" vive, toca muito, um rock poderoso e vibrante" (sic). São 14 faixas gravadas ao vivo durante um show realizado em 28/11/90 no Centrun in Worcester, EUA. Este é o segundo álbum ao vivo do Heart (o primeiro saiu há 10 anos), com uma diferença: aquele reunia 10 faixas de shows diferentes, este foi gravado numa única noite. O Heart é formado por Ann Wilson (vocal, flauta), Nancy Wilson (guitarra), Howard Lesse (guitarra, teclados), Marketing Andes (baixo, violão) e Denny Carmassi (bateria) e já gravou dez álbuns a partir de 1976.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
24/11/1991

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