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Aramis

O Vagão do Armistício nos trilhos da memória

Das coincidências da vida: Isaac Lazarotto falecia exatamente há 18 anos, 7 de fevereiro de 1972. O velho rodoviário nascido aqui mesmo, em Curitiba, em 6 de setembro de 1984, será sempre lembrado pelo seu "Vagão do Armistício" e por ser o pai do artista plástico de maior expressão do Paraná - Poty - no registro civil, Napoleão Potyguara Lazarotto, curitibano do Capanema, nascido no mesmo dia do aniversário de Curitiba - 29 de março - há 66 anos. Um dos mais apaixonados pesquisadores da história do Paraná, Valério Hoerner Júnior, 47 anos, lança amanhã, na Livraria Ipê Amarelo (rua Comendador Araújo), a partir das 18,30 horas, o seu sétimo livro - "Ruas e Histórias de Curitiba" (editora Artes & Texto, 212 páginas), que é justamente uma grande homenagem aos tempos do "Vagão do Armistício", "seo" Isaac e dona Júlia (Tortato), que ali embalaram os paladares de nomes-notícias da Curitiba (e do Brasil, que aqui chegavam) a partir de 1937, até meados dos anos 60. xxx Depois de ter escrito, há 15 anos, "O Folclórico Bar Palácio", Valério Hoerner Júnior decidiu pesquisar o "Vagão do Armistício", que freqüentou poucas vezes - mas cujas estórias sempre o fascinaram. O primeiro resultado é um encarte especial que, com ilustrações afetivas de Poty, recheia "Ruas e Histórias de Curitiba", mas a repercussão foi tão grande que mesmo antes do livro ser lançado, o editor Marcelo Muzillo, 36 anos, da Artes & Textos, decidiu: como há muito material inconográfico inédito - dezenas de fotos de políticos, artistas etc., que frequentaram o Vagão do Armistício, além de desenhos inéditos de Poty de sua fase juvenil - um novo livro, este só dedicado ao Vagão deve circular talvez ainda este ano. xxx Domingo, em belo texto, com ilustrações de Poty, Valério falou aqui mesmo no ALMANAQUE sobre o que foi o Vagão do Armistício dentro da vida gastronômica curitibana por quase 3 décadas. A motivação do livro - e as lembranças do "seo" Isaac e dona Júlia - curitibana do dia 8/4/1892, e que faleceu aos 88 anos, - bem como seus filhos - Poty e o cartorário João, 57 anos - completados no dia 5 de junho - motivam que uma velha idéia renasça: porque não colocar novamente o Vagão nos trilhos? Claro que Poty e Joãozinho não pensam nisto - o primeiro dividindo-se entre o Rio e Curitiba; Joãozinho - cartorário do Capanema (a única filha, advogada patrícia, também seguiu o mesmo caminho e hoje já tem o seu tabelião). Entretanto, e idéia de se voltar a ter um "Vagão do Armistício" poderia ser uma motivação. A primeira proposta esbarra obviamente, nas regras da RVPSC: colocar um vagão desativado sobre a Ponte Preta, e ali instalar um restaurante. Mas mesmo que não seja naquele local, bastaria algum empresário de real competência, encontrar um bom espaço no Capanema, adquirir um (ou mais) vagões desativados da Rede e tentar recriar aquele espaço de ótima comida italiana, papos descontraídos e no qual os curitibanos praticamente conheceram a melhor cozinha italiana - especialmente o risoto - cuja "industrialização" só aconteceria após asfaltamento da ligação com Santa Felicidade, já nos anos 50, quando Ney Braga (que era, aliás, um dos frequentadores do Vagão) foi eleito prefeito. A idéia é boa, mas arriscada. Tanto é que uma tentativa de instalar um vagão como espaço gastronômico no bairro do Batel, tentado há alguns anos por um jovem (mas inexperiente) empresário fracassou e foi uma luta depois retirar o trambolho daquela área. Assim, o mais seguro, talvez seja apenas saborear os tempos do Vagão do Armistício nas palavras de Valério e nas ilustrações de Poty. No livro que a partir de amanhã estará a venda na Livraria Ipê Amarelo. LEGENDA FOTO - O interventor Manoel Ribas, sua esposa Anita e políticos no Vagão do Armistício em 1938. O garoto é o hoje nacionalmente conhecido Poty, filho dos proprietários do restaurante - Isaac e Júlia Lazarotto.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
07/02/1990
Alguerm tem alguma foto do vagão do armisticio? Obrigado Dieter

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