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Aramis

O supershopping de Pinhais (IV)

Integrado por grupos multinacionais, com empreendimentos semelhantes em muitos países, o Mondec (Mondial/Interdec), que fará aplicação de Cr$ 500 milhões na construção do supershopping center em Pinhais, está tendo uma série de preocupações para tentar minimizar as áreas de atritos. Independente da oposição enfrentada nos circuitos de planejamento urbanístico. O cuidado é procurar sensibilizar o comércio, através de suas lideranças mais expressivas, no sentido de que um empreendimento de tal ordem não representará o esvaziamento empresarial de certos setores de negócios da cidade - embora, obviamente, a concorrência que uma área comercial de 50 mil metros quadrados, há apenas 10 km do centro da cidade e implantada dentro de 33 alqueires com tratamento paisagístico e com múltiplas atrações paralelas (cinemas, teatro, hotel, play-grounds, parques etc.) seja o que de mais forte possa existir na competitiva luta pelo consumidor. xxx O empresário Odir Santos, que além de ter sido o articulador da venda da área de 33 alqueires em Pinhais ao grupo multinacional, está funcionando como seu representante regional, garante que há 6 meses vem oferecendo a todo o comércio paranaense o caráter preferencial na ocupação - por venda ou aluguel das centenas de lojas, dos mais diversos tamanhos, que se destinarão a todo e qualquer tipo de negócios. Otimisticamente, Odir Santos afirma que já há intenção de aproveitamento de pelo menos 60% da área disponível na primeira etapa - embora, é bem verdade, a maior parte sejam de grandes empresas nacionais (e mesmo internacionais), já que os empresários curitibanos têm se mostrado tímidos em acreditar nas possibilidades de um centro-comercial fora da cidade. "Mas a preferência será sempre dada aos comerciantes paranaenses, desde que acreditem no projeto", diplomaticamente garante Odir Santos, que já tem uma relação de uma dezena de firmas que assinaram carta de intenção, mas cujos nomes, habilidosamente, resguarda momentaneamente Odir Santos alinham múltiplos argumentos comprobatórios da seriedade e do poderio do empreendimento - já que do grupo participa o C&A, de capital holandês, com lojas de departamento em várias cidades brasileiras, inclusive Curitiba. xxx Os 50 mil metros do centro comercial serão distribuídos em único pavimento, o que significará economia na dispensa de elevadores. A construção - a cargo da Lindenbergh/De Mari, observará todos os detalhes relacionados à segurança (incêndio, roubos, tumultos, etc.), tratamento de detritos, vias de acesso, paisagismo, etc. O advogado Roberval Mendes, assessor jurídico do prefeito Luís Cassiano de Castro Fernandes, de Piraquara - e que se mostra também um dos mais entusiastas pela obra, acrescenta que "os aspectos positivos são tão evidentes que por mais argumentos contrários que possam ser levantados, a obra representará o que de mais importante poderia ocorrer na história e desenvolvimento do Paraná". Lembrando o exemplo do teatro do hotel Nacional, na Barra da Tijuca, que apesar da enorme distância do centro do Rio de Janeiro, se transformou em movimentada sala de espetáculos internacionais, o advogado Mendes também acredita nas possibilidades da área reservada ao teatro e cinema do centro comercial poder ter grande aproveitamento. O shopping funcionará, na parte comercial, dentro dos horários legais, mas nada impedirá que toda uma estrutura de recreação - restaurantes, discotheques, etc. - possa movimentar em outros horários a área. Além de uma série de serviços de utilidade pública - farmácias, centro cirúrgicos, plantão odontológico, etc., enfim, uma estrutura de serviços dando ao empreendimento verdadeiras características de uma minicidade, com 5 mil empregos, área urbanizada, movimentação de milhares de cruzeiros diariamente, dentro de uma região que concentra população de baixa renda. xxx A especulação imobiliária que acontecerá é inevitável. Os terrenos próximos subirão de preços e quem possui ainda grandes áreas tem condições de auferir altíssimos lucros. O shopping centre, propriamente dito, ficará entre a PR-415 e Avenida Castello Branco, ao lado de duas vilas proletárias - Amélia e Maria Antonieta. Mas o terreno imenso faz divisa com uma área de 100 alqueires do Bamerindus, onde, deverá funcionar o futuro centro financeiro e de computação eletrônica do grupo e, no outro lado, a família Carnascialli possui 30 alqueires, que seriam transformados num loteamento de alto nível (áreas mínimas de 5 mil metros quadrados), destinado a formar em Pinhais novo e sofisticado bairro residencial.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
21/10/1978

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