O suato como carreira
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de dezembro de 1977
Hitchock é antes de tudo um perfeccionista. Um diretor que faz questão de acompanhar cena por cena, preocupando-se com todos os detalhes até a montagem final. Além disso, como afirmou em diversos depoimentos, é capaz de "projetar no papel as imagens, mesmo antes delas serem filmadas". Esses pontos, asseguram a qualidade dos filmes do tão cuidadoso diretor e roteirista, no Caso, "Marnir, confissões de uma ladra", que está sendo apresentado no Cine Condor.
O mestre do suspense, que leva platéias inteiras a terem a mesma reação diante de suas cenas, em mais de meia centena de filmes realizados. Hitchcock é uma figura contraditória, que afirma, por um lado que seus filmes são pequenas obras primas", e ao mesmo tempo diz que "filmar é tão fácil como dirigir gado". Suas entrevistas são cheias de anedotas, frases de espírito, quando não um longo relato sobre boas comidas e as melhores safras de vinhos.
Alfred Hitchcock evita sempre falar de seus próprios filmes, preferindo discorrer sobre a criação artística. Quando surgem perguntas objetivas sobre um determinado filme seu, fatalmente a resposta é uma anedota. Por exemplo, enquanto os críticos discutiam como ele tinha conseguido o efeito de uma cena passada no mercado de Covent Garden, em "Fresnesi", Hitchcock dizia: "Exigi que as frutas e legumes fossem as mais nobres. As maças de Oregon são simplesmente deliciosas e, mesmo quando verdes, absolutamente suculentas".
As "tiradas" do diretor são sempre baseadas no humor de um homem de 150 quilos, que fez do susto sua carreira.
Alguns o consideram até mesmo sádico, pois quando a platéia toda está pedindo a Hitchcock que salve um garoto de oito anos, ele faz questão que esta sua permissão custe caro, levando todos a viverem um clima de tensão té que este desejo se realize. Mas nem sempre "as personagens simpáticas" saem ganhando em seus filmes, como ele mesmo declara," o que mais preocupa é encontrar histórias originais e sobretudo maneira novas de matar". Tanto assim, que Hitchcock sempre faz uma "pontinha" em seus filmes, algumas vezes boiando morto no leito de um rio.
O sucesso de seus filmes ele deve ao fato de não se fundarem no mistério, "coisa puramente intelectual, e sim no suspense, que coloca o espectador no plano emotivo. O espectador vê-se na condição de sofrer e, ao mesmo tempo de pressentir que tudo se resolverá da forma melhor, ou não".
FOTO LEGENDA- O suspense de Hitchcock
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