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Aramis

O som em Synthese

O tema é tão amplo e estimulante que justifica toda uma tese à espera de um pesquisador dedicado: a história dos grupos vocais no Brasil. Houve épocas em que existiram mais de 50 bons grupos atuando nacionalmente, logicamente a maioria concentrada no eixo Rio-São Paulo, mas originário de vários Estados. Raros foram os que sobreviveram: Titulares do Ritmo, formado por 6 cantores e músicos cegos que se conheceram em Belo Horizonte em 1941, Os Demônios da Garoa, formado em 1943, são os mais antigos a se manter em atividades. Dos anos 60 - quando brilhava Os Cariocas (1942-1967), considerado o melhor de todos os grupos vocais do Brasil, restaram dois grupos que surgiram praticamente na mesma época: o MPB-4 e o Quarteto em Cy, ambos hoje desfrutando de imensa popularidade. Nos últimos meses, alguns novos - e excelentes - grupos vocais começaram a aparecer, como o Viva Voz, descoberto por Maurício Tapajós e que deve vir em breve a Curitiba, para temporada no Paiol e lançamento do lp que terminou na Continental e o Boca Livre, do qual faz parte José Renato, excelente violonista, parceiro de Heitor Valente - e primogênito do jornalista Simão de Montaverde, assessor da diretoria do Banestado. No Paraná, também houve muitos grupos vocais - cuja história constituirá capítulo especial do dicionário de músicos e compositores que o Museu da Imagem e do Som/Ordem dos Músicos do Brasil vai produzir. E sem estender-se ao passado, para só fazer uma crônica dos grupos que desapareceram (Calouros do Ritmo Excelsior Voz, Opus 4 etc), registremos - isto sim - o aparecimento de um novo e afinado conjunto, o Synthese, que conseguiu algo que poucos obtiveram: gravar um disco. Trata-se de um compacto duplo, primeiro lançamento do novo selo alternativo Tape-Disco, fruto da associação do idealistas Osvaldo Martins de Souza, que através de sua etiqueta "Pinha" já fez vários lançamentos de artistas da terra, com Osmar Wilson Jenichen, que tem maior experiência do mercado. O grupo Synthese é admirado por todos que o conhecem e agora, com este compacto, poderá ser ouvido mais longe: a líder é Marília Passos , também compositor, autora de três das faixas do disco ("Lendas das Cataratas do Rio Iguaçu" e "Vida de Tapete", parceria com Reni Silveira e "Mensagem"). De uma família musical, que começou nos programas de auditório da PRB-2 à de Marília somam-se as vozes de Reni Silveira, Francisco Nogueira, e Luigi Inguacio , que também, executam alguns instrumentos. Se trabalhar bastante, o grupo tem condições de deixar as fronteiras regionais. Aliás, outro vocal da cidade que tem merecido elogios é o Nymplas, formado por 7 meninas, que já fez uma temporada de sucesso no Paiol. Mas, sobre elas, a gente fala outro dia. FOTO LEGENDA- (")
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
29/06/1979

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