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Aramis

O sax de Costita, um mestre do instrumento

Se durante anos as queixas se justificavam, hoje já não há mais tanto motivo para reclamação: a boa música instrumental tem, cada vez mais, sua hora e vez. E o público está aprendendo a prestigiar o bom som instrumental. Que o diga o êxito de shows como "Coração de Estudante" e "Prisma" com os tecladistas Wagner Tiso, César Camargo/Nelson Ayres, respectivamente (já lançados em discos pela Barclay e Pointer, há pouco tempo). A Carmo, de Egberto Gismonti/Dulce Bressane, Continua a estimular novos talentos - como o pianista Luigi Irlandini, 26 anos, carioca de Ipanema, com seu belo "Azul e Areia", recém-editado, enquanto o Som da Gente chega aos quatro anos de atividade com um invejável catálogo e prestigiando o que de melhor há na música instrumental brasileira. Assim, poucas semanas após um novo disco do sempre reciclado e genial Hermeto Paschoal, temos o segundo (elepê( do porteño paulistano Hectos Costita, 51 anos, 28 de Brasil, saxofonista e líder de excelentes conjuntos e bandas, até há pouco no 150, do Maksoud Plaza Hotel, agora no Baiuca - Jardins, na Capital paulistana. Neste seu novo (elepê( ("Paracachum", Som da Gente), Hector impressiona pela diversidade de climas e direções musicais. Assim vai de uma caliente salsa cubana (que dá título ao disco) e uma típica samba-chacarera argentina ("De la Tripa ao Viento"), passando por uma balada ("Ariela"), que tem a moldura e encantamento das melhores composições de Michel Legrand. No percurso total de oito faixas, Hector passa por momentos de balada, baião, choro, tango, flamenco, samba-brasileiro e bossa nova - entrelaçados com a liberdade da improvisação jazzística, traço marcante em sua música. Mas a diversidade de sons, não fica apenas em ritmos e estilos. É também, em grande medida, função da grande variedade de formações instrumentais usadas. O grupo de base formado por Roberto Bomilcar, piano; Gabriel Bahlis, baixo elétrico e Dirceu Medeiros, bateria, foi enriquecido pela presença de músicos convidados como Edson Alves (violões, guitarra elétrica e flautas); Mauro Herrero (percursão); Paulo Martins (castanholas/sapateado), além de dois solistas - Pocho Caseres (bandoneon) e Huan Falú (violão). Exibindo seu virtuosismo em sax-tenor ("Paracachum", "La Maja Brasileira", "A Noite é Minha", "Estão Todos Aí"), sax-soprano (em "Ariela", melhor faixa), sax-alto ("El Baion), clarineta ("Choro Porteño") e até flauta ("De La Tripa al Viento:), Hector Costita mostra neste elepe classe A por que é considerado um dos melhores instrumentistas. Um disco de som claro, perfeito, criativo e que se escuta com imensa satisfação do início ao (fim(. LEGENDA FOTO - A Cor do Som: rock que a juventude gosta.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
02/06/1985

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