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Aramis

O riso político numa peça que nada tem de acidental

"Não queremos dar ás pessoas que v6em até nós para rir conosco, numa saída barata para resaltarem a sua iindignação; queremos que permaneçam com sua raiva no estômago . Queremos que esta raiva seja eficiente na hora da luta e que lhes dê a clareza necessária". xxx Em alguns momentos, pode lembrar "A Primeira Página" ( The Front Page ), que o norte americano Bem Hect ( 1894 - 1964 ) escreveu em 1928 e que há 56 anos resiste às masis diferentes montagens .Para alguns espectadores é possivel até ientificar elemenos de vaudeville, numa leitura em que apenas p[reocupe como lado humorístico. Uem exige a partivipação social e politica do teatro, tem um prato cheio. Emfim, não importa o rótilo, o fato é só : "Morte Acindental de Um Anarquista"( auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, 21 horas, hoje última apresentação ) é um dos mais importantes espetáculos teatrais já montados no Brasil. lamentável apenas que a temporada seja tão curta: 5 encenações é muito pouco para uma peça que a partir de 24 de agosto de 1982 teve quase 600 representações no teatro Brasileiro de Comédia em São Paulo. Apesar de na próxima semana o mesmo elenco apresentar outro texto, " Xandu Quaresma", de Chico de Assis, é até de se indagar se não seria mais oportuno dar a comunidade a peça de Mário Fó por mais uma semana? Afinal, numa cidade onde são raros os bons espetáculos teatrais - e nas quais enganaçõs e remontagens mediocres ( adulterando inclusive os textos originais ) consomem milhoões de ccruzeiros - é salutar poder aplaudir , com excelente elenco. " Morte Acidental de Um Anarquista" preenche vários espaços. É um espetáculo convencional para quem exige uma história bem contada, tem muito humor, dispensa a apelação erótica e os pal;avrões desnecessários e á , principalmente um atualissimo texto político. O tom é de farsa - caracteriza , aliás da obra de Dário Fó, um dos mais importantes autores contemporâneos e que há anos vem desenvolvendo um teatro intensamente politico na Europa. O próprio Fó, num texto oportunissimo lembra que " o que não queremos é que os espectadores se sintam aliviados após teram abandonado a sala e desabafem com um leve arroto. A revolta em seu interior deve ficar onde também a risada permanece , no fundo da alma, na mente. A risada proteje do pior perigo que exite, a catarse. É necesário notar que a diferenciação do teatro aristocrático e teatro popular em a ver com a seriedade segrada de um e a cômica de outro" xxx Apesar do tom de farsa e ironia, "Morte Acidental de um Anarquista"foi baseado em fatos veridicos. Aliás, dois fatos veridicos: em 1970, o assassinato de Giuseppe Minelli, menbro de um círculo anarquista milanês, suspeito pela policia de ter sido cúmplice em atentados terroristas, que teria " se jogado " do 4º andar da policia Central de Milão, da mesma forma que Salsedo, um emigrante italiano teria "saltado"do 14º andar da Policia Central de Nova Iorque, em 1921.Qualquer relação com o "suicídio"do jornalista Wlademir Herzog fica por conta da immaginação do espectador - o que não faz mal a ninguém. Um didáico texto incluido. Na revista programa da peça situa não só os fatos politicos que cercaram o assasinato de Pinelli, como a própria ação de damaturgia e do trabalho de Dário Fó, cujo Teatro é tão incômodo e provocativo como foram os grupos Arena e Oficina na época em que o tearo paulista tinha condições de desenvolver um trabalhio intesamente participatico . Obviamente, cada um a seu modo - Dário Fó com seu teatro popular , suas , farsas, atraves através do " La Commune", preocupado em ppropor o riso e a reflexão ao público. "Morte Acidental..."utiliza a farsa e principa,emte o "matto", o "louco ", que é umas dass figuras prediletas e que aparece em muitas de suas peças . Na Itália , a peça foi mostrada como farsa de um fato acontecido nos Estados Unidos na década de 20. A morte de Pinelli deu, ocasionanalmente , uma atuallidade ainda maior ao fato - a a montagem que Antonio Abujamra fez no Brasil , retrrata o fato partir do que teria ocorrido em Milão. Quase 50 encenações em 23 anos de atividades ( 1961 / 64) dão a abujamra que o faz dominar os mais dificeis textos. Trabalhando com um elenco competente - Antonio Fagundes, Jão José Pompeo, Serafim Gonzales, MonalisaLins. Tácido Rocha e Sérgio Oliveira , uma ajustada trilha musical de Paulo Herculano , funcionais cenários de Serrone e a infra-estrutura de produção que a competência de Lenine Tavares garante , só pode deria resultar no que deu: uma peça excelente, num espetáculo que mered ser visto. Um espetáculo que reconcília o público com o teatro , especialmente em Curitiba , tão prejudicada por péssimas montagens , A única reclamações que se pode fazer é esta: porque o espetáculo não continua em cartaz por mais de uma semana ? O público só cresceria em todos os sentidos. LEGENDA FOTO - Fagundes e Monalisa Lins em " Mote Acidental de um Anarquista " uma peça indespensável de ser vista.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
06/05/1984

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