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Aramis

O real que mais parece a ficção

Entre muita ficção, três livros com personagens reais - todos lançamentos da Record. De princípio. "O dia em que Lincoln foi assassinado" de Jim Bishop tradução de Pinheiros de Lemos, 314 páginas), onde nos leva a acompanhar o dia 14 de abril de 1865, quando o ator shakespereano Joh Wilkes Booth (1838-1865) assassinou o presidente Abraham Lincoln (1809-1865), no Teatro Ford. Bischop - um especialista em reconstituir dias históricos (é autor de "O Dia em que Cristo Nasceu" e "O Dia em que Cristo Morreu") leva o leitor até a tragédia ocorrida há 119 anos - pouco depois do término da guerra civil americana. Um romance histórico detalhado sobre uma época, de leitura agradável - e que não deixa de ser atual - pois depois de Lincoln, três outros presidentes americanos já foram assassinados - e Ronald Reagan escapou por pouco de um atentado, meses após a sua posse. xxx Em 22 de julho de 1934, um domingo, John Dillinger - nascido em Indianápolis, a 26/6/1902 - foi morto a tiros, na porta do Cinema Biograph, em Chicago, por agentes do FBI. Fora traído por uma mulher. Personagens lendários dos roaring twenties e glorificados em romances e filmes, o gangster que se tornou o inimigo público número um dos Estados Unidos tem uma biografia de 190 páginas lançada agora no Brasil. Seu autor é Harry Patterson, que com o pseudônimo de Jack Higgins se tornou conhecido dos leitores brasileiros por dois best-sellers: "Pacto com o Diabo" e "A Águia Pousou" (este, levado ao cinema com sucesso). Desmistificando o mito, "Dillinger - o Inimigo Público n.º 1" é um livro aos que se interessam em conhecer uma das épocas mais violentas e corruptas da vida americana. xxx Emocionante e de sucesso certo: "Contos do Esconderijo", reunindo novos textos de Anne Frank, a adolescente judia cujo "Diário" emocionou milhões de leitores e. levada ao cinema (em 1959, por George Stevens), televisão, e especialmente teatro, tem mantido viva a tragédia que uma família sofreu durante o nazismo. "O Diário de Anne Frank", na qual ela relatou, com imensa sensibilidade, o período em que sua família e alguns amigos judeus viveram no sótão de um escritório de Amsterdã, até serem descobertos pelos nazistas e enviados ao campo de extermínio Bergen-Belsen, onde ela e sua mãe morreram um ano depois, não foi a sua única obra. Após a guerra, seu pai - que conseguiu sobreviver no campo - reuniu vários originais que haviam sido espalhados pelos nazistas, na devassa feita no esconderijo de Amsterdã. Guardou-os durante algum tempo, relutou em publicá-los, mas finalmente concordou em fazê-lo (partes saíram em 1949, sob o título "Weet Je Nog?" e, em 1960, numa edição ampliada intitulada "Verhalen Rondem Het Achterhuis"). Mas somente há dois anos foram reunidos integralmente e publicados na Alemanha e na Holanda ("-Verhaaltjes En Gebeutenissen uit Het Achterhuis Beschreven Door Anne Frank", 1982), enquanto os originais estão no museu Casa de Anne Frank, em Amsterdã. Com tradução de Eugênia Vitória Câmera Loreiro, são estes pequenos contos, fábulas e ensaios que a Record publica agora (170 páginas, Cr$ 7.900) com o título de "Contos do Esconderijo". Histórias que falam de ursos, gamos, meninas solitárias, sobre um primeiro beijo, o amor pelo pai, o medo - mas que são, incrivelmente, dadas as circunstâncias - um canto vibrante de apego à vida. LEGENDA FOTO - Anne Frank: contos e memórias
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Leitura
16
25/11/1984

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