Como a concorrência é cada vez maior, mesmo as multinacionais que operam no mercado de vídeo estão entendendo a óbvia necessidade de aprimorarem suas técnicas de marketing, promoção e divulgação. E para isto conta a competência de profissionais capazes de desenvolverem bons trabalhos em vários segmentos. A CIC Vídeo, que até há pouco não dava importância para a área de relações públicas, começa a entender que depende de um bom relacionamento para continuar a manter a liderança na comercialização de seus produtos. O setor de marketing está ao cargo da executiva Denise Jancar - mas com a gerência de Paulo José Ferreira - e na área de imprensa foi contratado um dos mais respeitados profissionais, Paulo de Góes, que ainda em novembro foi o braço direito de João Luís Albuquerque na coordenação da assessoria de imprensa do V FestRio. Sempre atencioso, Paulo nos transmite a informação de que a CIC Vídeo atingiu, em abril último, 32 mil fitas vendidas num único mês. Um recorde do mercado brasileiro de Home Vídeo, que supera substancialmente o recorde anterior, de 26 mil fitas, também da CIC Vídeo, atingido em plena euforia de consumo do Plano Cruzado. Acervo não falta para a CIC, que em quatro anos no mercado brasileiro já acumulou mais de 700 mil fitas comercializadas através de 360 títulos. E para manter esta liderança, a CIC tem grandes atrativos para o público: "A Última Tentação de Cristo", "Mais Forte que o Ódio", "Acusados", "Um Príncipe em Nova Iorque", entre produções que fizeram boas carreiras nas telas. No mês de junho, a CIC colocou no mercado "Mais Forte que o Ódio" (Presídio), de Peter Hyams, com Sean Connery / Mark Hormon, ao lado de um documentário sobre o conjunto de rock U-2, direção de Phil Joanou, diretor que anteriormente havia feito a comédia "Te Pego Lá Fora". Em "U-2 Rattle and Hum", 95 minutos, a câmara acompanha o grupo irlandês de Dublin a Graceland (a mansão de Elvis Presley), de San Francisco às ruas do Harlem - trazendo um encontro marcante do guitarrista B. F. King com o grupo musical - e cujo álbum com a trilha sonora já havia sido editado pela WEA. No pacote que a CIC colocou nas locadoras em junho, sem dúvida que a maior atração é "O Bebê de Rosemary" (Rosemary's Baby), o chamado filme maldito que o cineasta Roman Polanski rodou em Nova Iorque em 1968. Baseado no romance de Ira Levin, tendo por tema a demonologia, "Rosemary's Baby" teve uma série de trágicas coincidências: poucos meses após sua estréia, um grupo de fanáticos adoradores do diabo, liderados por Charles Manson, invadiu a mansão em Los Angeles de Polanski (que se encontrava em Paris) e assassinou sua esposa, Sharton Tate, junto com outros amigos que ali se encontravam. O prédio em que o filme foi rodado - o Dakota Building, no Central Park, NY, é o mesmo em que residia o ex-beatle John Lenon, assassinado por um fanático. Exercício perfeito de thrilling de suspense - que mantém suas características de terror mesmo na tela pequena - "O Bebê de Rosemary" já foi exibido várias vezes na televisão. Agora, entretanto, a oportunidade de se ver em vídeo a versão original, com notáveis atuações de Mia Farrow, John Cassavetes (1929-1989), Ruth Gordon (1898-1985) - premiada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante por sua interpretação, Sidney Blackmer, Maurice Evan e Ralph Bellamy. Ainda em seu pacote de junho, a CIC lançou "Detetive Particular" (Blue Hotel Private Eye 2), 1987, de Rob Cohen - inédito nos circuitos comerciais; o excelente "Willie Boy" (Tell Them Willie Boy is Here), 1969, de Abraham Polonsky (1910-1989) (cineasta perseguido pelo maccarthismo e que realizou apenas três longa-metragens em sua vida), com Robert Redford, Robert Blake e Katharine Ross: "A História de Oliver", 1978, de John Korty (seqüência de "Love Story") e "Para Sempre na Memória"(Permanent Record), 1988, de Marisa Silver.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Nenhum

Página: 8

Data: 29/06/1989

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