O gaúcho & a TV
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de outubro de 1983
Uma imensa decepção do público que foi na noite de sexta-feira, no Solar do Barão, esperando ouvir o já lendário Darcy Ribeiro, vice-governador do Rio de Janeiro. É que já na quinta-feira, ele havia informado a direção da Fundação Cultural de que não poderia comparecer - já que tinha outros compromissos no Exterior. Em seu lugar veio o diretor do Departamento de Cultura do Rio de Janeiro, que embora brilhante - obviamente não tem o mesmo carísma do ex-ministro da Educação e Cultura do governo João Goulart.
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Na quarta-feira, um incidente desagradável durante a palestra da professora Eliana Yunes, principal assessora de Ednéa Falcão, diretora executiva da Funarte. É que uma repórter de um canal de televisão pediu uma intrevista - a tempo de entrar no noticiário das 23 horas. Gentilmente, Eliana se propôs a falar - mas sugeriu que a entrevista fosse feita no auditório, para não interromper seu pronunciamento. Foi quando Antônio Holfeldt, jornalista do << Correio do Povo >>, vereador do PT em Porto Alegre levantou-se e protestou << contra a interferência do canal de televisão >>.
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Holfeldt, intelectual dos mais ativos no Rio Grande do Sul, autor de livros infantis e também de << O Gravador do Juruna >>, veio a Curitiba em companhia do jornalista José Antônio Pinheiro Machado, editor da revista cultural << Ointenta >>, editada pela L&P, casa publicadora pertencente a Ivan Pinheiro Machado. O PT local, apesar de avisado da presenças do colega gaúcho, não deu o ar de sua graça. Com exceção da professora Zélia Passos do advogado Edésio Passos (que foi o candidato do PT ao governo do Paraná), mas que se manteve em silêncio durante os debates que se seguiram a palestra. O convite para que Antônio Holfeldt viesse a Curitiba foi feito pelo escritor gaúcho Tabajara Ruas, o maior amigo do presidente do FCC e seu principal assessor há 90 dias.
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Com a sua vivência de 40 anos de política, fundador do Partido Trabalhista Brasileiro no Paraná, o veterano Mathias Júnior, 65 anos, também passou a fazer parte do grupo muito especial de jornalistas, profissionais liberais e gente da noite que se reúne na privilegiada mesa dos fundos do Humel-Humel - sempre << presidida >> por Inge Rust. Na última semana, por 3 madrugadas, Mathias falou longa e detalhadamente dos primordios do PTB, impressionando pela riqueza de detalhes - nomes, datas estóricas de bastidores que não figuram em nenhum livro ou reportagem - e que estão a exigir que ele, velho jornalista político, escreva um livro de memórias. Entre as figuras esquecidas dos primeiros tempos do PTB no Paraná está o líder sindical Maximino Zanetti (1891-1947), primeiro presidente regional do partido - e cuja morte, provocou a ascensão de um então jovem funcionário do antigo IAPC, Abilom de Souza Naves funcionário do antigo IAPC, Abilon ao governo do Estado, devido a sua morte.
FOTO LEGENDA - Coutinho: exposição e elogios.
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