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Aramis

O documentário que não pode ser feito

A Associação dos Pesquisadores da Música Popular Brasileira distribuiu ontem uma nota oficial a propósito da morte de Gonzaguinha, assinada pelos seus ex-presidentes Zuza Homem de Mello (São Paulo) e Aramis Millarch (Curitiba), mais o atual presidente, Albino Pinheiro (Rio de Janeiro), e os membros Edson Otto, de Porto Alegre e Hermínio Bello de Carvalho, ex-diretor da Divisão de Música Popular da Funarte e que organizou o segundo e terceiro encontro da entidade. A nota refere-se a impossibilidade que a entidade teve, no último dia 20, de documentar o show do compositor, apresentado em Curitiba. A íntegra da nota é a seguinte: "A APMPB, instituição sem fins lucrativos e voltada a preservação da memória musical brasileira, fundada em Curitiba, em 1º de março de 1975, une-se, neste momento, a toda a classe artística-intelectual brasileira, que lamenta a morte trágica do compositor, cantor, instrumentista e agente cultural LUIZ GONZAGA JÚNIOR, ocorrida na madrugada de hoje. No sábado, dia 20 de abril de 1991, ao passar por Curitiba, para apresentar o seu último espetáculo "Cavaleiro Solitário", Luiz Gonzaga Júnior esteve com a representação regional da Associação - cujo trabalho sempre acompanhou e prestigiou - autorizando a gravação de seu show no Teatro Paiol, para o acervo da instituição e uma cópia para a sua coleção. Infelizmente, devido a prepotência e autoritarismo da assistente social Celise Niero, diretora da Fundação Cultural de Curitiba, o cinegrafista e vídeomaker Rafael Brenner Silva, que faria o registro, foi impedido de ter acesso ao Teatro Paiol e, em conseqüência, quando deixava aquele local foi assaltado à mão armada por quatro marginais que roubaram o equipamento de vídeo. A diretora e a própria Fundação Cultural de Curitiba estão sendo denunciadas na Justiça por esta arbitrariedade, cuja repercussão já é nacional. Assim, à tragédia da morte de um dos artistas mais estimados e admirados do Brasil, soma-se também a tragédia da insensibilidade de uma instituição cultural, que ao invés de prestigiar e valorizar o trabalho de documentação, impede que idealistas esforços neste sentido se concretizem". Rio de Janeiro, 29/04/91, assinam Albino Pinheiro, Edson Otto, Zuza Homem de Mello, Hermínio Bello de Carvalho e Aramis Millarch.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
16
30/04/1991

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