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Aramis

O clássico de Dumas sobre os sete mares

Um dos mais conhecidos adeptos do iatismo, filho de um nome lendário deste esporte na América do Sul, Vito Dumas Filho, passou po Curitiba na terça-feira. Vindo de Buenos Aires a Porto Alegre, estendu sua viagem a capital paranaense com um único objetivo: jantar com o empresário Eduardo Paciornik, editor da revista "Mar", para acertar uma possível edição de "Os 40 Bramadores", escrita por seu pai, Vito Dumas (1900-1965). Editado em alemão, inglês, sueco, francês, italiano e, agora, japonês, "Os 40 Bramadores" está esgotado há anos na edição em língua espanhola e é inédita no Brasil. Paciornik, que em 3 anos conseguiu firmar a revista "Mar" como a mais importante publicação nesta fsixa - 20 mil exemplares mensais, atingindo um público de alto poder aquisito - prepara-se para entrar no campo de edições d livros especializados. E para abrir esta área, nada melhor do que a obra de Vito Dumas, nome familiar a todos que praticam regatas e cruzeiros nos sete mares do mundo. xxx Entre os feitos de Vito Dumas está o que realizou durante a II Guerra Mundial. Entre 1942/43, a bordo de um pequeno veleiro de 9,55 metros, o "Legh II" deu a volta ao mundo pelo paralelo 40, o do "Roaring Forties" - feito inédito no mundo e razão do título de sua obra mais famosa, que o curitibano Paciornik vai lançar agora no Brasil, 40 anos depois. O feito de Vito Dumas foi sensacional, especialmente considerando a época em que foi realizada e a carência dos meios que afetava o mundo náutico naqueles tensos anos. Em Buenos Aires, seu filho guarda a cna de leme do ""egh II"" uma bela peça de quase dois metros d comprimento, com uma paisagem pirografada na ala superior. Em ambos os lados, pod-se ler os nomes dos portos e lugares visitados pelo capitão e seu barco: Montevidéu, Rio Grande, Ceará, Nova Iorque, Tasmânia, Capetown, Nova Zelândia. Durante toda a sua vida Vito Dumas empreendeu grandes viagens marítimas, muitas vezes solitariamente em seus barcos "Legh II" e "Sirius". Em 1947, saiu de Buenos Aires para Nova Iorque, onde chegou em setembro, mas como haviam problemas políticos de Cabo Verde, costa Oeste do cintinente africano, de onde, sem atracar e com a ajuda de um navio que lhe ofereceu mantimentos e água, iniciou seu regresso à América do Sul, até o Ceará na costa brasileira. Perfez um total de 109 dias de navegação sem escalas e com dupla travessia do Atlântico. O "Legh II" foi vendido a Marinha Argentina e destinado à instrução de cadetes da Escola Naval. Mais tarde foi entregue aos alunos da Escola Nacional de Náutica, da Marinha Mercante e hoje faz parte do Museu Nacional, em Tigre, Buenos Aires. Em 1955, Vito Dumas colocou no mar um novo barco - o "Sirius", com o qual entretanto faria apenas uma viagem a Nova Iorque. xxx Com o slogan de "a revista com 8750 km de vocação atlântica", "Mar" veio preencher um espaço existente na imprensa brasileira, razão do êxito editorial de Eduardo Paciornik, também fervoroso iatista. Neste fim de semana, promove o III Circuito Oceânico da Ilha de Santa Catarina/ Copa Bamerindus/ Mar, com a participação de mais de 80 barcos - 35 dos quais chegaram há 3 dias, vindos de uma regata entre Buenos Aires-Florianópolis.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
19/01/1984

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