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Aramis

O canto gregoriano

Quando se ouve canto gregoriano a imagem que se tem é a de circunspectos monges, em grossos hábitos, dispostos em filas nos mosteiros da Idade Média, cantando louvores a Cristo. Tão antiga quanto a Igreja, o Canto Gregoriano vem deixando, ultimamente, de ser privilégio de uma minoria de conhecedores e colecionadores (como é, em Curitiba, o experte Aroldo Murá), para ter cada vez maior número de edições. A pequena etiqueta Imagem, de Jonas Silva, já editou três álbuns com históricas gravações e agora, com a qualidade digital, é a Polygram quem lança um álbum de Canto Gregoriano com o Coral da Schola da Hofburgkapelle de Viena, regida pelo padre Hubert Dopf, S.J., em registro feito há dois anos passados. Na contracapa, em texto do musicólogo Uwe Kramer, em perfeita tradução de Mário Willmersdorf Jr., é explicado que o canto gregoriano - ou o chamado cantochão - (o canto sacro monódico, e em latim da Igreja Católica Romana), deve o seu nome ao papa Gregório, o Grande, que por volta do ano 600, fez recolher e classificar os cantos das festas litúrgicas romanas. No século IX, esse repertório foi propagado, ao que tudo indica a partir do território franco, sob a autoridade do Estado e através das numerosas escolas, ligadas seja a mosteiros ou a catedrais. Essa música é dita "coral" porque ela se dava no coro da igreja, perto do altar, que é o centro cultural. O termo não indica, portanto, que ela fosse executada pelo conjunto dos fiéis. O repertório das peças gregorianas atualmente em uso está fixado pelo Graduale Romanum de 1974. Ele lista inicialmente os cantos variáveis, ligados a uma festa ou a um santo particular - é o "Próprio" (Propium) - e que diferem, tanto pelo texto como pela música, dos cantos regulares e imutáveis do "ordinário" da missa (Kyrie, Gloria, Sanctus, Agnus Dei). Ao lado de dez cantos do "Próprio" de diversos domingos, esta gravação (Philips/ Polygram), com o Coral da Schola da Hofburgkapelle, de Viena, inclui uma missa cantada (completa) para a festa da Imaculada Conceição, celebrada a partir de 8 de dezembro de 1854.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
10/05/1987

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