No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de janeiro de 1980
Mais uma confirmação de que José Augusto Iwersen, 35 anos, é hoje um cineasta de prestígio nacional: "Doce Humanidade", um filme sobre crianças excepcionais e "Daniela, Carnaval e Cinzas", uma sincera e honesta visão do dia-a-dia de um travesti (já premiado em 3 festivais) foram os únicos do Paraná convidados a participar do VII Festival de Cinema Brasileiro, iniciado ontem, em Penedo, Alagoas.
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Boas idéias dão certo: Manoel Pacheco, carioca com alguma quilometragem curitibana, lançando nacionalmente "Transporte sobre rodas", cujo segundo número circula agora. Inicialmente são 30 mil exemplares, destinados basicamente aos caminhoneiros da BR-116, mas com condições de chegar, a curto prazo, a 150 mil exemplares, cobrindo todas as BRs e representando um veículo de comunicação direta com uma imensa faixa de consumidores. O marketing de Pacheco prevê, inicialmente, a distribuição de seu jornal - redigido de forma simples e objetiva - em postos de gasolina, ao longo da BR-116, entre Rio de Janeiro e Porto Alegre, estendendo posteriormente a outros Estados.
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Segismundo Morgenstern, da Pasta de Recursos Humanos, continua a mostrar que foi uma das escolhas mais felizes do governador Ney Braga. Na semana passada, o secretário Morgenstern e o superintendente da Fidepar, Simão Melnick, definiram o plano de ação deste novo órgão de treinamento do Estado e que, entre muitas atividades, tem a responsabilidade de implantar o programa básico de atendimento às microempresas do Paraná, a ser desenvolvido em conjunto com as universidades estaduais de Londrina, Maringá e Ponta Grossa e em colaboração com a Secretaria da Indústria e Comércio.
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O Pintor Paul Garfunkel - hoje um dos artistas plásticos mais valorizados do Paraná, e madame Hélène, há 32 anos a diretora da Aliança Francesa, têm razões de sobra para sorrir bastante. Além do genro ser o poderoso (nem sempre) ministro da Fazenda, Karlos Rischbieter, um neto do casal, filho de um filho já falecido, Jean Garfunkel, está se firmando cada vez mais como compositor. Seu mais recente trabalho foi musicar a história infantil "Pé de Pilão", que o poeta gaúcho Mário Quintana escreveu em 1935 e agora foi gravada em lp pela Isaec, de Porto Alegre. Com esta produção, mais um poeta do primeiro time é perpetuado em elepê: após os álbuns duplos com as antologias poéticas de Vinícius de Moraes Carlos Drummond de Andrade (edições da Polygram) e de Ferreira Gullar - lançada pela Sigla/Som Livre, mas sem divulgação e difícil de ser encontrada nas lojas - chega a vez do tímido Mário Quintana ter um de seus trabalhos registrados em disco.
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"A História de Oliver", [seqüência] a "Love Story" - o best-seller de Erich Segall, estreou na segunda-feira no Lido, e seu faturamento vem crescendo dia a dia: neste fim de semana, deverá render cerca de Cr$ 200 mil. Já "Apocalypse", de Francis Coppola, apesar dos elogios da crítica e de uma renda diária de cerca de Cr$ 38 mil, só permanecerá em exibição no Plaza até o dia 16. Posteriormente, passará a outro cinema, talvez o Ribalta - o mais confortável (mas também o mais deficitário) cinema da cidade.
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Quem avisa amigo é: além de "Manhattan" ser um filme de visão obrigatória, hoje, à meia-noite, a chance de (re)ver no Astor a fita anterior de Woody Allen - onde, pela vez primeira - ele não aparece como ator: "Interiores" (Interiors), 1977.
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