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Aramis

No campo de batalha

Apesar da crise, o ramo gastronômico cresce: aos 32 restaurantes que disputam boca-a-boca o mercado em Santa Felicidade, mais três nas próximas semanas. Um deles pertence à família Trevisani, do pioneiro "Cascatinha". xxx O comendador Carlos Madalosso, hoje presidente da Associação Comercial e Industrial de Santa Felicidade, dono de três restaurantes no bairro, promete que em 1990 duplica a rede. Atualmente, nos fins de semana, dos 120 mil galináceos abatidos e consumidos em Santa Felicidade, 15 mil vão para suas casas. Não é sem razão que o simpático Madalosso é hoje um dos grandes contribuintes do Imposto de Renda no Paraná. xxx Faltou espaço, terça-feira à noite, na galeria Waldir Simões: a mais bela - e prestigiada - vernissage ali aconteceu. Óleos maravilhosos de Juarez Machado, incansável e atencioso, recebendo cumprimentos. Como todos os óleos - cotados ente US$ 2 a US$ 6 mil - já haviam sido reservados, Juarez teve que concordar em vender alguns "pastéis" - esboços e estudos dos quadros, que, emoldurados, com seus (belos) textos informais, também resultaram em obras de arte. xxx Yuppies bem sucedidos, amigos do marchand Waldir Simões, quando ainda estavam em fase de emolduramento, adquiriram trabalhos magníficos. Um dos privilegiados que conseguiu uma das telas mais belas foi o empresário Jayme Canet Neto. xxx Só na quarta-feira pela manhã, quando da festa de entrega dos prêmios aos vencedores do concurso de contos, no Palácio Iguaçu, foi que o governador Álvaro Dias viu, afinal, a reedição de "Um Brasil Diferente", de Wilson Martins. Como o autor está em Nova Iorque, foi mesmo o secretário René Dotti quem fez a dedicatória, afetuosa, ao governador. xxx René Dotti, aliás, preocupou-se com a notícia aqui publicada sobre as falhas técnicas na editoração deste livro, co-produção com a T. A. Queiroz, de São Paulo. Mas quem escolheu a casa publicadora foi o próprio Wilson Martins. Se tivesse dado chance a um bom editor local, como Roberto Gomes (que faz das tripas coração para dar continuidade a sua Criar), por certo que o processo editorial teria sido acompanhado pela competente Maria Cristina, assessora gráfica da Secretaria, e o resultado final seria melhor. xxx Diversificando seus lançamentos - até agora bastante rígidos na área técnica - a Scientia e Labor - Editora da UFPR, que Leilah Santiago de Oliveira vem dirigindo com eficiência, lançou ontem (Galeria de Artes Banestado), "Poesia: Crítica e Autocrítica", organizado pelas professoras Angélica Soares e Denise Guimarães. O volume de 156 páginas reúne oito ensaios de fôlego, merecedores de leituras atentas e interpretações sólidas - como, por certo, Hélio Puglielli fará para o Almanaque. Um dos trabalhos mais interessantes é o de Magdalaine Ribeiro sobre "Desabar", definido como um "poema performativo" de Carlos Drummond de Andrade. Já Nicolino Novello estuda Adélia Prado ("Metapoema ou Metapoesia?"), enquanto João Batista Brito debruça-se sobre "A Atitude Metalingüística no Soneto Shakespereano". Angélica Soares abre o livro analisando "A Consciência Erótica do Literário no Poema de Autoria Feminina", enquanto Denise Guimarães faz aquele que, numa primeira leitura, é o ensaio mais atraente: "O Metapoema como Expressão do Erotismo em Drummond". xxx Falando em linguagens, Ruy do Carmo Póvoas publica um texto com uma proposta de estudo do português falado no candomblé da Bahia ("A Linguagem do Candomblé - Níveis Sociolingüísticos de Integração Afro-portuguesa", 194 páginas, NCz$ 31,00, Editora José Olympio).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
15/09/1989

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