No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de março de 1988
Hoje, às 16 horas Baden Powell e a esposa, Sílvia, chegam a Curitiba. Já recuperado dos problemas de saúde que o impediram de fazer o concerto na semana passada, o maior violonista do Brasil agora antecipou sua viagem. Assim tem tempo para atender a imprensa, rever amigos e descansar para o recital de amanhã a noite no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto.
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Não é preciso dizer muito sobre a importância desta única apresentação de Baden. Virtuose do violão, com uma obra que transcende as fronteiras - haja visto suas longas permanências no exterior - cada concerto de Baden vale por uma aula. Não é sem razão que as primeiras filas já foram adquiridas, há semanas, por violonistas da cidade. Entre estes, o maior fã de Baden entre nós, o também (ótimo) violonista Gio, que se prepara para gravar seu primeiro elepê.
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Quem também está na cidade é Denise Stocklos. Cancelou a estréia nacional de "Ir-a-Ti" por uma razão simples: apesar de ser hoje o nome maior da mímica no Brasil não conseguiu patrocínio para a temporada. Estreando em Nova Iorque, em fevereiro, Denise, afetivamente, desejava, no Brasil, que os primeiros a aplaudirem o seu novo espetáculo gestual fossem os curitibanos. Infelizmente, mais uma vez se confirmou o velho adágio: falta quem prestigie os talentos paranaenses. Em substituição, Denise estará fazendo uma temporada de um espetáculo igualmente importante: "Mary Stuart". Que também teve sua estréia mundial na Big Apple, há um ano, com muitos aplausos da crítica.
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Temporada de pré-estréias: "O Império do Sol", de Steven Spielberg, (Cinema I, domingo pela manhã): "Broadcast News" de James L. Brooks (Plaza, sábado, 24 horas) e "Feitiço da Lua", de Norman Jewison (Lido II, sexta-feira e sábado, 22 horas). Na próxima semana, estes filmes entram em exibição nos horários normais.
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Depois de 45 dias em Berlim - e com esticadas a Roma e Paris - de volta a terra a jornalista Celina Alvatti. De princípio, retoma a conclusão de sua dissertação de mestrado na USP, sobre o cinema nacional. Também ressume a função de crítica de teatro do "Correio de Notícias" uma das raras analistas do Teatro entre nós.
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Do último número do circular do Instituto Bonilha, única empresa paranaense especializada em pesquisas de opinião pública: "A Beta Propaganda não faturou mais um prêmio porque não quis. O anúncio veiculado nos maiores jornais do país, patrocinado por 3 redes nacionais de televisão, questionando as pesquisas de audiência, baseado num fato surpreendente constatado pelo Instituto Bonilha: 45,81% viram um comercial anti-violência na Globo (só que ele não passou na Globo) teve desdobramentos sensacionais, gerando comentários dos especialistas nos principais veículos da imprensa brasileira".
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Rogério Bonilha, ex-poeta, professor, hoje respeitado executivo na área das pesquisas, vem sendo solicitado a detalhar o "case" para agências e empresas preocupadas com seus investimentos em televisão. Em fins do ano passado, o assunto foi exposto e debatido no I Simpósio de Psicologia Social.
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Uma homenagem merecida: a concessão do título de Cidadania Honorária ao padre José Penalva. Paulista de Campinas mas há quase 40 anos residindo em Curitiba, o padre Penalva é um dos mais respeitados compositores, maestros e musicólogos brasileiros. Tem uma obra imensa a espera de maior divulgação.
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Linda, charmosa e com um novo projeto de vida, a pianista Maria Leonor Oliveira Mello está se dedicando aos ensaios de "A Truta" (Frorellen Quintet) de Schubert, que em concerto no auditório da Reitoria (12 de abril) marcará a estréia do conjunto de Câmara Pró-Música, formado apenas por mulheres: Maria Leonor (piano), Maria Esther Brandão Watanabe (violino), Cristina Retcher (violoncelo), Ultrik o Graff (viola) e Helena Salomão (contrabaixo).
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