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Aramis

Ned, o bregue no gosto americano

Nelson Ned, um brega que deu certo. Aos 38 anos, mais de 13 milhões de elepês vendidos na América Latina, só o lançamento de seu 15º disco em português ("Ao meu novo amor", Odeon) o fez deixar sua mansão em coral Gables - uma das mais sofisticadas áreas em Miami - e vir ao Brasil em princípios de julho. Longe vão os tempos em que Nelson Ned (d'Ávila Pinto, Ubá, MG, 2.3.1947) tinha que mendigar adiantamentos na Copacabana, gravadora da qual foi contratado por muitos anos. Hoje é um dos artistas mais requisitados pelos Latinos nos Estados Unidos e México e faz uma média de 130 shows (US$ 15 mil cada) por ano. Semdúvida, caiu no agrado dos cucaranhos com seus cantos de amor mal-resolvidos. Mesmo mantendo um grande apartamento em São Paulo, Nelson Ned não pensa em retornar definitivamente ao Brasil. Seu público cresce junto aos hispano-americanos, enquanto no Brasil, se queixa, de que sempre foi visto com discriminação. Mas nem por isto deixou de aqui emplacar inúmeros sucessos. Autor de sete das dez músicas que gravou em seu novo elepê, Nelson mostra que sendo fiel à mesma linha - a dor-de-cotovelo (não é sem razão que dedica o disco "a todos aqueles que souberam reconstruir suas vidas sentimentais através de um novo amor", evoluiu tanto como letrista como compositor. Há canções interessantes, que se ouve com prazer. De uma dupla das mais populares - Evaldo Gouveia e Jair Amorim - gravou "Brigas"e de uma certa Sissi é "Nas Suas Mãos". xxx No mundo brega, o potiguar Carlos Alexandre já tem muitos discos gravados e um público seguro. Agora surge o seu irmão, Paulo Márcio, que após um primeiro compacto ("O que é que eu faço/Sou todo seu"), ganhou agora um elepê. E o garoto ataca também de compositor, assinando onze faixas do elepê - abrindo [exceção] para uma parceria de Martinha/César Augusto: "Mãos para o alto". No estilo brega, Paulo Márcio mistura desde merengue altino até regae nordestino (?). Público deve existir, pois senão seu irmão, Carlos Alexandre, não compareceria tão regularmente com novos discos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
42
11/08/1985

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