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Aramis

Museus dos quadrinhos

Enquanto o destino da Gibiteca de Curitiba é incerto - apesar das promessas oficiais feitas, há algumas semanas, pelo presidente da Fundação Cultural, Carlos Marés de Souza, em Niterói, o médico e quadrinhólogo Helio Hungria, associado a três amigos, decidiu fundar o Museu Nacional do Quadrinho. Uma iniciativa particular, destinada a abrigar tudo que se relaciona as HQs em todo o mundo. Tanto é que viajando em breve ao Exterior, Hungria vai fazer contatos com quadrinhólogos de vários países, para troca de informações e publicações. xxx O maior museu de quadrinhos do Brasil - e possivelmente um dos mais. completos do mundo - é que o admirável Adolfo Aizen, pioneiro das histórias em quadrinhos no Brasil, montou no último andar do edifício-sede da Editora Brasil América, no bairro de São Cristóvão. Ali, Aizem reuniu todas as revistas que editou - não apenas a partir da 1934, quando surgiu o "Suplemento Juvenil", junto ao jornal "A Noite" - mas inclusive publicações anteriores. As vésperas do cinqüentenário de atividades relacionadas aos quadrinhos - a transcorrer em 1984, Aizem, uma das pessoas mais admiráveis que já conhecemos, está programando uma série de edições comemorativas - ele que sempre pautou um trabalho voltado a cultura, saúde e ao ensino. Orgulha-se de jamais ter publicado estórias que estimulem a violência ou explorando sexo mas, ao contrário, sempre preocupado em quadrinizar romances nacionais e estrangeiros, personalidades da vida brasileira e mesmo obras como "Casa Grande & Senzala", de Gilberto Freyre -que com adaptação de Estévio Pinto ,desenhos de Ivan Wasth Rodrigues, foi lançado em 1981 - e reeditado no ano passado - concretizando um projeto que amadureceu por 25 anos. xxx O museu das histórias em quadrinhos da EBAL, com todas as coleções de revistas editadas por Aizem, originais valiosíssimos de mestres dos "comics", toda a bibliografia existente a respeito, em vários idiomas, posters ampliados com "tiras" históricas, fotos, etc., é zelosamente administrado por uma professora e bibliotecária apaixonada pela área, a sra. Lea Cerqueira. Para se dedicar a este projeto, Lea trocou uma brilhante carreira universitária pelo mundo dos quadrinhos e, feliz, diz que não se arrepende.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
12
24/09/1983

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