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Aramis

As mulheres e o que fazem

Maria de Jesus Coelho, formada em jornalismo e chefe da seção de Documentação Científica do Hospital de Clínicas, tem pronto os originais de seu primeiro livro de prosa: "Conversas de José". Em forma de diálogos, Maria de Jesus desenvolve uma nova espécie de literatura, destinada a ter grande repercussão, só que não sabe quando será publicado. Como muitos outros autores da terra, ela encontra a barreira da edição: só financiando é que conseguirá ver os seus textos impressos, o que, convenhamos, para quem vive de salário e sabe que a literatura nunca rendeu nada a jovens escritores, é tarefa bastante arriscada. Há nove anos, Maira de Jesus publicou um livro de poesias - "Se Ao Menos Chovesse", que mereceu boas críticas na época. Tonica, atriz que começou a se profissionalizar com o grupo Momento (Em "Marat/Sade" teve atuação de relativo destaque) tenta agora, uma nova carreira: a de modelo artístico. Alta, morena, não tem preconceitos e está disposta a posar até para nus artísticos - para os Picassos da terra. Conhecida apenas como Tonica, na verdade ela tem um nome que lhe dá uma [imponência nobre: [Antonia] Eliana Alves Pereira de Arruda Severino Gibram Chagas. Henriette Risner Morineau, 67 anos, nascida na França, em Niort, que volta ao palco interpretando Volmnia, mãe de "Coriolano"(Teatro Guaira, 21 horas), resistiu bastante aos convites para sua reentré artística, já que estava há quatro anos distante dos palcos. Mas além de um excelente salário (cerca de Cr$ 10 mil, livres de despesas), a qualidade do espetáculo produzido e interpretado por Paulo Autran, venceram a sua vontade de descansar. Tendo dirigido várias companhias no Brasil, foi com Os Artistas Unidos (1949/1954) que madame Morineau teve sua melhor fase, em peças como "Um Bonde Chamado Desejo" de Tenessee Williamns (onde teve uma inesquecível criação de Blanche Du Bois), "Jezebel" de Anouilh, "Cheri"de Collete etc. No cinema, entre outras atuações, teve aos menos três trabalhos marcantes nos anos 50: "Presença de Anita", dirigida em 51 pelo italiano Ruggero Jacobbi, na Maristela; "Comprador de Fazendas", no mesmo ano e na mesma produtora, dirigida por Alberto Pieralise, inspirado num conto de Monteiro Lobato (1882-1848) e "Leonora dos Sete Mares".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
10/07/1974

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