Mulher II
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de dezembro de 1980
Como casos de superstars como Elis, Bethânia ou Rita Lee (cujo novo lp, "Lança-Perfume", pela Sigla, está vendendo milhares de cópias) não são comuns. E a maior parte das cantoras tem que batalhar. Waleska, por exemplo, é uma loira sensual, afinada, que ao lado de Marisa Gata Mansa (que fez seu último lp de forma independente) representa uma raça de cantoras em extinção - as intérpretes da noite, com canções-de-dor-de-cotovelo. Há anos que Waleska canta na noite carioca e por isso mesmo raras vezes viajou pelos Estados. Mas na Copacabana tem feito alguns bons discos românticos, geralmente com repertório conhecido, daqueles que os boêmios sempre solicitam. Isso tornava um pouco repetitivo seus discos. Felizmente agora, com "Canto Livre", o produtor Luiz Mocarzel convocou Sivuca para arranjos e regência, resultando um repertório mais eclético, com músicas novas como "A Festa" (Ivor Lancelotti/Paulo Cesar Pinheiro, "A Quem Possa Interessar" (Thereza Tinoco), duas músicas de Elizabeth ("Meu Bar" e "Mulher de Forno e Fogão") e duas do próprio Sivuca, parcerias com Paulinho Tapajós: "Bêbados e Boêmios" (que deveria ser a faixa título do disco) e "Choro Livre"). A própria Waleska divide com Ediar Gomes duas faixas: "Choro Cantado" e "Alessandra". Waleska canta afinado, gostoso. Um disco suave para quem gosta de canções ao estilo dos anos 50.
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