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Maria Bueno, agora num grande bailado

Depois de chegar ao teatro e à televisão , Maria Bueno na dança! O projeto fascina Carlos Triencheiras, 48 anos, maitre do Ballet Guaíra. Desde que Oracy Gemba, responsável pela encenação da peça "Maria Bueno", há 13 anos, lhe falou desta personagem curitibana, o coreógrafo português ficou fascinado pela sua densidade dramática e força como tema para um grande bailado de raízes profundamente curitibanas. Triencheiras ficou tão enstusiasmado com a possibilidade de fazer um ballet sobre Maria Bueno que, quando de sua última visita a Lisboa, conseguiu a doação dos figurinos das montagens de "Lôdo" e "Amor de Perdição", cuja ação se passa no final do século passado, que podem servir, perfeitamente, para a montagem do bailado. Encaixotados, os ricos trajes - orçados em US$ 50 mil - já chegaram a Curitiba, transportados pela Varig. Só que o ballet "Maria Bueno" ainda não existe. Existe o projeto e o entusisasmo de Triencheiras, que aliás, há pelo menos três anos, vem tentando sensibilizar a diretoria do Teatro Guaíra para a sua importância. De raízes paranaenses, ao contrário de "O Romance das Quatro Luas", com temática nordestina, em que pese a competência de Chico Buarque, Edu Lobo e Ferreira Gullar. xxx São múltiplos os aspectos que fascinam a montagem de um ballet em torno de Maria Bueno. Oracy Gemba, 50 anos, escritor e diretor de teatro desde a década de 60, considera que um dos melhores espetáculos que dirigiu foi justamente "Maria Bueno", que permaneceu maio de 1974 em cartaz no auditório Salvador de Ferrante. A personagem-título era vivida por Tonica (Antônia Eliana Chagas), excelente atriz e também jornalista, ex-repórter de "O Estado do Paraná", há 3 anos morando em São Paulo (hoje integra a equipe da revista "Afinal"). Ao lado de Tonica, atuaram em "Maria Bueno", Elisabeth Destefanis (hoje afastada dos palcos, esposa do publicitário Paulo Vítola, 3 filhos), Lota Moncada (que deixou Curitiba), Sansores França, Luís Schwank (hoje premiado artista plástico), Roaldo dos Anjos (já falecido), Iara Sarmento, Aluísio Querobim, Angela Wogel, entre outros. Seis anos depois, em 1980, quando José Carlos Martinez (hoje deputado federal pelo PMDB, ex-malufista) assumiu a TV-Paraná (juntamente com o "Diário do Paraná", que fecharia suas portas algum tempo depois), apoiou o projeto de implantar um núcleo local de teleteatro. E, mesmo sem patrocínio, bancou a produção de uma novela sobre Maria Bueno, com roteiro do veterano Paulo Avelar e direção de Roberto Menghini. Rodada quase toda em Morretes - cidade natal, aliás de Maria Bueno - a telenovela exigiu um grande esforço de intérpretes e técnicos. Gilda Elisa, boa atriz (esposa de José Basso, superintendente da Fundação Teatro Guaíra até o próximo dia 15 de março), foi escolhida para viver a personagem título. Sua mãe foi interpretada por Lala Schneider e o anspeçada Dinis, que foi o assassino de Maria Bueno, interpretado pelo ator paulista Nelson Morrison. O cantor Agnaldo Rayol, 49 anos, na época já em declínio profissional, se entusiasmou com a possibilidade de voltar a trabalhar como ator e veio fazer um dos galãs da novela, ao lado de Paulo Cardoso. Outros papéis importantes foram interpretados por Marilyn Miranda, Marli Teresinha, Airton Mueller, Lutero Almeida, irineu Adami, Zefe e Lafayete Queirolo e Alceu Honorio, também diretor de produção. Aliás, Honório enfrentou inúmeros problemas para a produção da telenovela, pois, na época, a TV-Paraná já enfrentava dificuldades técnicas, especialmente de equipamento. A trilha sonora foi criada por heitor Valente e Celso Locker (Pirata), sendo que Heitor inclusive bancou a edição de um compacto duplo, muito bem produzido, com as músicas da telenovela.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
2
22/02/1987

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