Marchand ou Malandro?
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de maio de 1977
Jorge Carlos Sade, pintor e diretor da galeria de arte Acaica, está pedindo aos seus amigos que não o classifiquem mais como "Marchand-detablaux". Em sua independência e coragem, que o fazem um artista polêmico, Sade afirma que, após ver confirmadas, em nível nacional, as denúncias que já fazia há 3 anos, sobre a falsificação de telas de Di Cavalcanti (uma delas, adquirida pelo empresário Saul Piccoli, que, no final, após muito quiproquo, conseguiu desenvolvê-la e receber os Cr$ 95 mil que havia pago, mais correção monetária), a palavra "marchand" passa a ser sinônimo de vigarista e malandro. E "expertise" (ou seja, a confirmação da autenticidade de um quadro") significa mesmo "esperteza". Vitma da Colecction, há 5 anos passados - e o tempo que tinha razão - Sade é hoje um dos homens que melhor conhece as "artesa" do mercado de artes.
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Falando em artes plásticas, o alagoano Leonel Brayner Flores da Rocha Lima, 33 anos, que passou 3 anos em Curitiba, desde 1976 em Salvador, onde é professor no Colégio Militar, começa a expor naquela cidade. Dia 13, na galeria O Cavalete (rua Guedes Cabral, 20, Rio Vermelho), inauguração de sua nova mostra. O catálogo tem apresentação do crítico Wilson Rocha, que faz uma longa apreciação sobre o seu trabalho. No ano passado, Leonel fez uma individual no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, cuja galeria, aliás, deve voltar a funcionar nas próximas semanas.
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