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Aramis

Maranhão mostra nosso teatro em caricaturas

Há quase 50 anos em Curitiba, um dos fundadores do Teatro do Estudante do Paraná - grupo ao qual se dedicou por toda sua vida - Armando Maranhão é uma das memórias de nossa vida cênica. Modesto, sem buscar a autopromoção, Maranhão - nascido no Estado que carrega em seu sobrenome - tem um curriculum dos mais expressivos nas batalhas do teatro amador e foi, sem dúvida, um dos três maiores amigos de Paschoal Carlos Magno, fundador do Teatro do Estudante do Brasil (1938) e que se dedicou, até a sua morte, a realizar congressos, festivais e outros eventos culturais. Único escultor formado nos 42 anos de existência da Escola de Música e Belas Artes do Paraná - mas tendo preferido "esculpir" peças teatrais do que em outros materiais. Maranhão se dedicou sempre ao magistério e ao teatro amador. Responsável pelo Museu da Fundação Teatro Guaíra, guarda muito de nossa história artística e, portanto, tem muito a contar. Sua habilidade como caricaturista é apenas uma das facetas de sua personalidade. Entretanto, ao invés de suas esperadas memórias, que tanto enriqueceriam a nossa pobre bibliografia teatral, temos agora a edição de suas "Caricaturas Teatrais" (edição da Secretaria da Cultura), que ganhou forma graças a cobrança que o ator Emílio Pitta fez do secretário René Dotti, por ocasião da penúltima festa de entrega dos troféus Gralha Azul. Generoso, cumprindo o que havia prometido, René determinou a Teresa Cristina Montecelli, coordenadora editorial da pasta, a edição do livro, que ficou pronto nesta semana. Independente do valor que o livro tem (e da forma com que Maranhão caricaturou seus amigos de teatro, entre os anos 40/70), é lamentável apenas que a obra não tivesse sido enriquecida com textos biográficos mais completos. Acumulando a dupla criação - desenhos e textos, o bom Armando Maranhão não se preocupou em detalhar quem são os focalizados e inclusive cometendo enganos em sua generosidade (ao menos em nosso caso, já que atribui a condição de jurado nos festivais de cinema de Gramado, que nunca exercemos; fomos apenas jurados na área dos curta-metragens no III FestRio). Especialmente em relação aos caricaturados já falecidos, a falta de informações mais precisas prejudica a indicação desta obra como referência. Dentro da pobreza editorial de nossas artes cênicas - e sabe Deus quando haverá outro secretário da Cultura com a mesma disposição de René Dotti (ator em sua juventude) em prestigiar trabalhos como este - o livro poderia ser uma espécie de minidicionário teatral. Para tanto, faltou apenas uma sugestão ao autor - que, por certo aceitaria - e um pouquinho menos de pressa em seu lançamento. Entretanto, que esta observação não pareça crítica. As caricaturas de Maranhão são válidas em terem perpetuação e ajudam a que se conheça melhor quem fez alguma coisa pelo teatro nesta nossa Curitiba. LEGENDA FOTO - Maranhão: caricaturando o teatro paranaense.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
21/06/1990

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