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Liz Taylor conta como venceu a guerra contra as calorias

O caminho da mina foi descoberto há alguns anos: livros para emagrecimento. Se alguém computar os dez títulos de maior vendagem a partir do final dos anos 70 encontrará, sem dúvida, pelo menos 4 ou 5 que versaram sobre dietas milagrosas, na linha de "coma e emagreça", "calorias não engordam" e outras atrações para quem sofre com os quilos em excesso e luta contra as balanças. Agora, um novo candidato a figurar semanas entre os livros mais vendidos une uma fórmula infalível: receitas macetosas (embora destinadas a um público classe "a" superior, pelo custo dos ingredientes) fornecidas nada mais, nada menos, pela mais conhecida superstar do cinema americano: Elizabeth Taylor. Best-seller nos EUA desde que saiu a primeira edição, "Elizabeth Levanta Vôo", título que ganhou a tradução de "Elizabeth takes off", feita por Evelyn Kay Massaro (Editora Best-Seller, 269 páginas) tem tudo para emplacar. Nas primeiras duas semanas em que colocou o livro em suas prateleiras, o experiente Petrim, dono das Livrarias Curitiba, surpreendeu-se pela rapidez com que o mesmo foi procurado. Biografias sobre Elizabeth Taylor existem pelo menos meia dúzia, algumas bastante cruéis, naturalmente "não autorizadas" e outras menos - "Elizabeth Taylor, A Última Estrela", de Kitty Kelley a que Francisco Alves lançou há 4 anos. Assim, não se espere grandes revelações da estrela de "Um Lugar ao Sol" (por sinal, o seu filme favorito, produzido em 1948 e só lançado dois anos depois, nas primeiras 150 páginas. Numa linguagem soft, sem revelar grandes intimidades, falando até discretamente em torno dos seus sete maridos e muito pouco dos bastidores de sua carreira de atriz, iniciada aos 8 anos, quando fez seu primeiro filme, "There's One Born Every Minute" (nunca exibido no Brasil) e deslanchada a partir de "A Força do Coração" (Lassie Come Home; 1943, de Fred Wilcox). Aos 56 anos - completados no dia 27 de fevereiro - Liz Taylor personifica, como disse uma de suas biógrafas, Kitty Kelley (a mesma autora do demolidor "Sinatra - His Way", Record, 1987) a imagem da última das grandes estrelas do star system da Hollywood dos anos 40/50. Mulher de grandes amores, numa vida entre o luto, e a glória - mas também de saúde e emocionais, e cuja premiação com o Oscar de melhor atriz, por "Disque Butterfield 8", em 1960, foi considerada mais por razões sentimentais (na época estava gravemente enferma) do que pela sua atuação naquele filme inspirado num romance de John O'Hara e dirigido por Daniel Mann, já que no mesmo ano concorriam atrizes notáveis como Greer Garson ("Dez Passos Imortais"), Deborah Kerr ("O Peregrino da Esperança"), Shirley Maclaine ("Se Meu Apartamento Falasse") e Melin Mercouri ("Nunca aos Domingos"). Seis anos depois, Liz mereceria seu segundo Oscar, pela esplêndida atuação em "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", da peça de Edward Albee que Mike Nichols levou a tela. Neste "Elizabeth Levanta Vôo", acrescido de um subtítulo "Um livro sobre emagrecimento, auto-imagem, e auto-estima", a estrela de "Assim caminha a Humanidade" procura passar uma imagem espontânea, de gente como a gente, expressa já no segundo parágrafo do prólogo: "Jovem, velha, gorda ou magra, Deus sabe que nunca fui capaz de fugir de minha imagem. Quer eu sinta vontade de sorrir para o reflexo de meu manequim 44 - nada mau para uma avó nos seus 50 anos -, quer eu pretenda escapar de qualquer espelho maior do que aquele que carrego na bolsa, minha imagem sempre esteve olhando incansavelmente para mim, estampada em jornais, revistas e telas de cinema desde que eu era uma menininha. Um dos perigos de crescer em Hollywood é que as pessoas tendem a confundir "imagem" com "auto-imagem". Muitas vezes, o que sentimos e o que aparentamos não é a mesma coisa. A imagem diz respeito à aparência. A "auto-imagem" tem a ver com o que realmente somos. Todos conhecemos pessoas gordas cuja vida emocional vai muito bem e que têm um excelente senso de auto-imagem. E Hollywood está cheia de mulheres lindas que se sentem infelizes, irrealizadas e que possuem muito pouco auto-estima". LEGENDA FOTO: Liz Taylor: a guerra contra as gordurinhas
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
03/05/1988

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