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Aramis

Little Richard & Chuck Berry revival

Uma gravação documental, marcante, lançada pela Sigla/Som Livre em uma coleção que, se espera, possa ter seqüência ("Rare Cordings For Collector's Delight"): "Greatest Hits" reunindo Little Richard e Chuck Berry. Um dos grandes nomes da fase pioneira do [Rock'n'roll]', inovador do estilo pianístico e também na maneira de cantar - utilizando elementos de gospel de forma anárquica e agressiva, Little Richard (na verdade Richard Penniman), nascido na Geórgia, teve, a exemplo de dezenas de outros artistas, sua primeira formação no canto religioso dos corais de igrejas evangélicas que frequentava com seus pais. Aos 14 anos participou do Dr. Hudson's Medicine Show e dois anos depois ganhava um concurso de calouros. Há 41 anos fazia sua primeira gravação, já mostrando criatividade em seu estilo. Em 1955 fez uma gravação, já mostrando criatividade em seu estilo. Em 1955 fez uma gravação particular de "Tutti Frutti", acompanhado por seu grupo, The [Upstters]. Lançado pela etiqueta [Specialty], de Los Angeles, tornou-se um sucesso nacional e seguiram-se muitos outros êxitos, clássicos do r'r na década de 50: "Long Tall Sally", "Rip it Up", "Good Golly Miss Moly" e "Keep-a-Knockin", com o qual colecionou vários discos de ouro. Em 1957, numa reflexão mística, abandonou a música voltando-se a religião - a qual se dedicaria até 1963, quando seus primeiros discos foram relançados. Nessa época, gravou o blues "Baby What you Want me to Do?" Na década de 70, sua carreira ganharia nova força, gravando com Dellaney & Boneye e Canned Heat e no filme "Let the Good Times Roll" (Voltando aos Bons Tempos) apareceu com destaque. Orgulhoso, reinvidica para si o título de "Rei do Rock", que Presley, durante o período em que esteve afastado, espertamente projetou-se. Nesta analogia foram pinçados alguns sucessos mais marcantes com "Jenny, Jenny", "Slipin and Slidin", e "Lucille" e "Tutti Frutti" - representativos de uma época do rock'n'roll. CHUCK BERRY (Charles Edward Berry) é outro sexagenário roqueiro, nascido no Missouri, em 1931, hoje uma figura lendária. Produziu canções que são verdadeiros arquétipos do gênero como "Roll Over Beethoven", "Johnny B. Goode", "Sweet Little Sixteen" que, ao lado de outros momentos de sua carreira ("No Particular Place To") estão também nesta antologia. Guitarrista desde a adolescência, Chuck Berry em 1955 já estava em Chicago com a mulher e dois filhos. Sua primeira canção, "Maybelline" saiu pela Chester Records, enfileirando uma série de êxitos que embalariam os jovens nos anos 50 - mesma época de Little Richard e Elvis Presley. Sua figura carismática, seu humor irreverente, seu "andar de pato" que fazia no palco - contribuíram para torná-lo um ídolo para a juventude. Envolvido com drogas e outros problemas, foi preso e condenado em 1959. Quando saiu da prisão o rock havia mudado: tanto Beatles como os Rolling Stones haviam regravado suas canções e a simplicidade de sua música sofreu influências do [rhytm] & blues, que ele sempre aceitou. Apesar de sua técnica única como guitarrista, é nos shows ao vivo que sempre fez mais sucesso e um de seus álbuns, "London Sessions" (gravado em Londres, 72, já reeditado várias vezes no Brasil) está até hoje entre os mais vendidos. Aos 61 anos, ainda vigoroso, é o que se pode chamar de avô - ou mesmo quase bisavô - da geração dente-de-leite da música pop. FOTO
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
19/04/1992

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